terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dendê



Você foi um susto bom.

Era um dia com cara de mais um dia.

Ai vem você, corpo dourado, sorriso safado.

Uma bomba em meu quintal.

Ondas elétricas percorreram minha cervical.

E eu ali parado mudo.

Ouvia seus passos sacudindo o meu mundo.

Logo em seguida desmoronado.

Ouvia sua voz tão macia.

Ah, eu quero ser seu namorado.

Te mostrar que tá tudo errado.

O certo merrrmo é a gente junto.

Pra sempre e filiz, que nem nos fins de novela.

Tua visão, pintou em mim uma aquarela.

Encheu meu dia besta de vida.

Quero dividir contigo minha comida,

Te levar pra passear em campos floridos.

Chega de viver aborrecido.

Segura minha mão e vem cá ver,

É da Bahia que vem meu dendê.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Longe da medíocridade!

Não falo como especialista, colunista ou crítico. Falo como ouvinte, fã e alguém que nunca sai o mesmo após ouvir Karina Buhr. Seja lá como for. Numa parceria com a Tereza Cristina, numa louvação a frente do Comadre, numa ciranda funk, atuando, dançando Karina me fascina.


Foi amor a primeira vista/ouvida, foi pancada, pedreira, mas, também foi brisa suave que me conduziu a um tempo/lugar que havia pra mim se tornado remoto após anos de exilio.


Falo de exilio, sinto aflorar emoções desconhecidas. O que me encoraja pra sempre seguir em frente e descobrir o novo que na verdade é o velho, parado, congelado no tempo pra ser degustado quando eu estivesse pronto.


E a voz de Karina me avisou que eu estava pronto. Me apontou o caminho do Recife, dos maracatus, do carnaval que é bom demais.


Vira pó, vira pó só... Isso ecoava na minha cabeça enquanto percorria cinco kilometros em uma hora num transito infernal de uma grande cidade brasileira. Vira pó, virou coragem. E eu rompi com aquilo tudo.


Vendi as coisas, fiz as malas, voltei pra casa. Voltei pra casa no melhor significado que essa frase possa ter.


Redescobri lugares, descobri outros tantos. Entrei de cabeça na minha história e ela acreditem, é interessante.


Ontem eu baixei o Longe de onde. O mais novo cd da Karina. Eu não tinha medo de nada quando o fiz. Mas, também não esperava ser surpreendido, visto que o "Eu menti pra você" é sensacional.


Segundo o meu Itunes aqui eu já ouvi o disco 15 vezes. Já tenho uma lista de preferidas, já catarolo espontaneamente "Não me ame tanto..."


Karina vive longe da medíocridade. Tem uma poesia poderosa, transforma palavras em petardos. E as vezes em doces doses envenenadas de um trago que te faz ir adiante.


Chegou na Passa Disco, tá disponível no karinabuhr.com.br compre, baixe, ouça, comprove e nunca mais seja o mesmo.


sábado, 20 de agosto de 2011

Antony!




Antony & the Johnsons.


Comprem, baixem, ouçam, divulguem, se apaixonem...


Bjos mil



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sem palavras!

Nada ainda...

Nem gosto, nem desgosto. Só vazio!

Um túnel nefasto que leva a um ôco.

Falta tinta na caneta, desenho na prancheta...

Vou comprar um táxi,

Carregar transeuntes e suas histórias de vida.

Viajar nas ruas do Recife, meu Caribe.

sábado, 23 de julho de 2011

Busy!

Já faz um tempão que não posto nada aqui.

Já faz um tempão que não sinto nada aqui. (coração)

Ando ocupado, mais do que fui nos meus muitos anos de paulicéia.

A beleza e tudo aquilo que se diz a respeito daqui está sob suspeita.

A tristeza cinza e a confusão caótica de lá parece produzir algo em mim que brotam em textos.

Aqui, sou assim... Vazio.

Não reclamo, apenas estranho. Melhor, reclamo sim. Escrever sempre foi essencial pra eu viver!

Logo, estou buscando confusão, ruge-ruge, caos.

Meu tempo de calmaria está chegando ao fim.

Isso pode parecer insano. Talvez seja insano, mas, e daí?

Se a minha inspiração vem da confusão... Confuso e inconformado eu quero estar.

Urgente!!!!!!!!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quase Nada!

Da penteadeira, do pente nem da mão que o manipulou.

Do cabelo que o pente penteou.

Do riso refletido no espelho,

Quando viu o penteado do cabelo vermelho.

Nem a tinta, nem pincel, foi pros ares todo o bordel.

Batons carmesins, espartilhos, plumas, luvas, cigarrilhas.

Perucas, chapéus e presilhas.

Uma chuva de adornos, cheirando forte e de estranhos contornos.

Tampas de privada, colchões king size, cortinas de seda javanesa.

Um grande buraco no chão,

E um outro igualmente grandão no coração de quem escapou da explosão.

Quase nada restou, na verdade só lembranças.

Lembranças das gargalhadas de Odete.

Do rosto bem desenhado da estudante de direito.

Do falar meio sem jeito de Rosalina, Rosa menina.

Do corpo da Bombom, como era bom, como era bom!

Dizem que foi o bujão de gás,

Outros falam que foi o ciúme do Tomás.

Não sei ao certo o que foi não,

Só sei que retirou daqui do chão,

O castelo que realizava sonhos,

As moças que ao mesmo preço atendiam Sr. Barão e os Tonhos.

O cabaré da rua da Aurora voou pelos ares do Recife.

Deixando pra traz suas histórias.

Doces memórias,

Suzes, Ritas, Saletes e Auroras.

Recebam flores in memorian,

Tragos de um rum ardente desce por nossas enviuvadas goelas.

Lágrimas de machinhos traídos despencam do nosso olhar perdido.

Somos pálidos donos de casa sem a diversão que nos consolava.

Choramos as nossas putas em desesperos e berros, bebedeira e agonia.

Maldito bujão de gás ou esse bosta desse Tomás!

Onde iremos cheirar pescoços vadios?

Gozar em lençóis tão macios?

Não existe mais escape.

Nem Filó roçando no mastro, num misto de número circense e provocação parisiense.

Mais rum cortante, lágrima que rola constante.

Fossa profunda porque pelos ares estão,

Toda a nossa diversão.

Fragmentadas voam as xoxotas que embalaram as nossas madrugadas.

Nunca mais seremos os mesmos.

Nunca mais nada será nada!