sexta-feira, 28 de maio de 2010

Golpes baixos!

Meu olho virado pra cima, tentava em vão o alvo e nem estava na mira.
Num era pra ser golpe certeiro, mas, de cheio encheu. Acertou, doeu.
Com meu olhar de quem frita o peixe e olha o gato, chutei o balde e acertei o saco.
Doeu, dói mesmo eu sei!
Mas daí a gente assopra, faz cafuné e denguinho e disso eu sei que tu gosta.
Além das pingas que tu toma, conta os tombos também, meu bem.
Golpe baixo é aquele que vem de baixo e em baixo pega. Quando acerta, coluna enverga, cara em careta se transforma e a gente geme e chora que é pra poder os outros rirem.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Sentimentos!

Era mais fácil se não tivesse começado,
Mas, começou e começou errado.
Assim pelo avesso, atravessado, de lado.
Explicar eu não posso nem tão pouco gostaria. Porque tudo que merece explicação, sofre subtração. Perde pedaço, essência se esvazia.
Depois não adianta água de cheiro, cinema e doceria.
A palavra intencionada, amarga, guardada e fermentada finalmente foi dita, liberada, proferida.
E por ela palavra maldita o texto foi ferido, mudado, alterado e o final perdido.
As coisas terminam, sempre acabam, até mesmo quando a gente acha que nunca acabou.
Amor expira, refrigerante em lata vence, cabelos caem, pele resseca, pra tudo virar pó.
"Vira pó só"
E vira pó numa tarde quente de verão, ou numa madrugada fria após uma noite de queijos e vinhos.
Ai, vira e mexe as lembranças do que um dia fomos sacode os sentimentos que guardamos, mofados, calados, escondidos porém existentes, mas, não resistentes, porque: Amor expira, refrigerante em latas vence e o de garrafa também!
Fui tentado a dizer que refrigerantes e cabelos são recolocáveis e amores não, amores são eternos. Mas, amores são tão descartáveis quanto as escovas de quem um dia amamos.
Muitas vezes lembranças me afogavam sem que eu pudesse respirar. E mal me fazia, mal eu ficava...
Permanecer mal não posso, não quero, não é preciso!
Por isso eu pus na cara um sorriso.
E não é fabricado não, é riso flora de quem viu o Rio de cima dum avião. Passando no corcovado, voando baixo, voando baixo, sonhando alto, nas nuvens!

sábado, 22 de maio de 2010

Uma ilha em silêncio!

É um fluxo medonho, sinistro, cruel.
Os que ficam criam calos na alma e "se acostumam" com esse vai-e-vem que mais parece um vai-e-vai porque quando a gente chega nos lugares leva um tempo pra ser percebido, ser amado. E quando a gente percebe pra depois amar aqui na ilha significa que chegou a hora de também se despedir.
E vem a inevitável sensação de que a gente não aproveitou ou se curtiu o suficiente.
E gente que vai, geralmente não volta. E conhecimento que fica, se espalha e se recicla. Amanhã chegam mais dois! Avisa uma voz que se parece com a de um capataz.
Amanhã chegam mais dois significa muito mais que duas pessoas chegando amanhã. Significa que a ilha tem uma purga impiedosa, significa que o paraíso virou inferno, que sonhos viraram pesadelos, que a beleza que arrebenta retinas é insuficiente pra alimentar a barriga vazia, a alma sedenta.
Quando se anuncia que amanhã chegam mais dois aqui é que outros dois estão partindo. E partindo aqui é indo embora também, mas, é de partir o coração também.
Ameacei tecer uma lista contendo os nomes dos que por aqui passaram e me tocaram de uma forma ou de outra e a lista contém simplesmente TODOS os nomes. É uma ilha, tem isolamento que resulta numa imensa carência que sucumbe e aniquila qualquer coerência.
Esse fim de mês vai ser bem especial por aqui.
Chegarão mais dois... Mas, os dois que estão indo embora são os meus mega brothers Ronald e Tom.
É o berimbau que se cala logo depois de chorar e o chorão que se cala quando estava aprendendo a sorrir e curtir seu título de professor.
E eu que fico cumprindo meu papel de mero espectador.
Álcool forte nessas horas ajuda. Escrever ajuda. Fotografar ajuda. Esperança ajuda.
Amanhã, mais dois!
Depois?....?