sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Nadando com os tubarões!

Quando me convidaram eu não hesitei. Dias depois e a vida que eu conhecia já não existia mais, pelo menos pra mim, não mais!
Não se trata de arrependimentos ou culpas e sim de constatações. Eu chego lá, tenha paciência, eu chego lá.
Gases em excesso saturam, sejam eles quais forem e os dióxidos da vida mancharam mais que meus pulmões. Me deixaram sem paciência.
Era hora de mudar, mudar pra longe e pra melhor, de ares, de tons, de matizes.
E eu mudei!
Mudei e a primeira vista fiquei mudo. Depois mudado!
Novos hábitos, novas girias, outras comidas e algum tempo pra relaxar e refletir.
Estou mais moreno, mais magro, mais calmo e aprendendo a me conhecer melhor. E de tudo que foi dito, quase tudo é verdade.
Me falaram dos tubarões, só não me disseram que o seu maior número está fora da água.
Ser humano seja onde for é surpreendente, pra melhor e pra pior.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Amigo é coisa pra se guardar!

A vida é corrida, os desafios são muitos, as cobranças são pesadas, os resultados quase sempre insatisfatórios.
Todas essas coisas dão um tom muito pesado pra vida e a gente sai por ai atropelando, construindo, fazendo e destruindo muita coisa também.
Em meio a esse corre-corre maluco vez por outra, assim como um raio a gente vê um rostinho brilhando na multidão ou na solidão. É um rosto amigo, querido de alguém que nos quer bem. Mas, a gente tá correndo, tá mudando, tá ganhando ou perdendo dinheiro e nunca, nunca para e diz: Que bom que você está aqui.
Hoje eu quero abrir o espaço do meu post para render uma homenagem ao Drico (esse cara ai da foto acima). E dizer que ele é meu irmão, meu filho e que mora no meu coração.
Eu estou morando em Fernando de Noronha e o que a gente mais tem qui são paisagens lindas, mas, eu sinto falta dos lampejos do seu rosto amigo meu AMIGO.
E cumpro filiz aquilo que me ensinou a canção: Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito.
Que a distância só aumente a nossa mútua admiração. Torço por cada tijolinho que construirão os seus sonhos como se eles fossem os meus sonhos. Você me ajudou a atravessar um canion de dificuldades e o fez como gente grande que é. A você o meu eterno apreço.
E apareça, a despeito do preço, tendeu?!
Sei que sim!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Quase perfeito!

Eu não tive que fazer um grande esforço nem me preparar com antecedencia para deixar Sampa. Todo o processo culminou num avião, uma rápida olhada pra trás e lá ficaram 20 anos de história.
Rápido, fácil e indolor.
Ávido por novos ares e boas histórias num novo cenário corri apressado e esqueci que dos teus olhos sim eu morreria de saudades.
Dos teus olhos, das frases completadas, de quando você adivinhava meu pensamento e que eu queria morrer!!!
Da nossa intimidade onde os olhares bastavam pra gente se entender.
Eu sei, eu sei, isso passa e logo logo tudo volta ao normal. Mas, antes que isso aconteça queria deixar claro a minha condição quase perfeita de ser.
Quase, porque aqui, falta você.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ida e ou volta!

Navegantes vão e vem o tempo todo, essa vida como um porto nada seguro é cenário de embarques e desembarques constantes. Às vezes sou mero expectador, outras sou aquele que vou, noutras o que fico, em todas, porém sou partido.
Bem vindo aos que chegam, diz o meu sorriso cheio de ternura. Adeus aos que partem, berram meus olhos flamejantes, vermelhos, ardidos.
A saudade é grande, de lugares onde vivi e de pessoas que me fazem considerar aqueles tempos VIDA. Me espalho como grãos de areia no solo desse país e trago gravado no meu coração o nome daqueles que me tocaram por onde andei. Eu podia dizer que a lista é pequena, restrita, seleta, mas isso diminuiria não apenas a lista e sim a minha própria história. Portanto, ela é vasta, longa, enorme e imperfeita. De outra forma não poderia chamá-la de lista/vida.
Cada conversa de botequim, partida de futebol, discos, filmes e livros compartilhados contribuíram pra mistura do que hoje sou. Estendo o meu perdão aos que me magoaram e suplico o daqueles a quem magoei. Equívocos acontecem, iras incontidas também, mas o tempo se encarrega de dar verdadeiro valor a essas coisas, basta que a gente aceite a sua ação.
Eu tenho muita sede de conhecimento, sou inquieto, impaciente, desprendido. São meus defeitos que trato como as mais excelentes qualidades. E faço desses atributos a base pra minha estadia aqui no planeta; “Keep walking” pra mim é mais que slogan de uísque.
E é claro que depois de tantas idas, vindas e idas de novo o tamanho da mala vai diminuindo, aumentando proporcionalmente o tamanho da saudade e do coração.

Arrivederci,
Saludos,
See you latter,
Sayonara,
E o velho e bom: a gente se vê por ai!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Passagem para...

Recolhemos a ancora e seguimos em frente. Arrisquei uma olhada pra trás e lá estavam as luzes da cidade, a torre da igreja central, os casarões do centro e um monte de lembranças espalhadas por suas ruas e avenidas.
Essa é uma cena bem comum na minha história. Sempre indo, sempre partindo, avante, pra frente é que se anda. E atrás? atrás fica um pedação assim da gente. Dias corridos, festas animadas, ex namoradas, sorrisos e algumas lágrimas.
Todo ser humano é um viajante dizem os nomades da Mongólia e devo lhes dizer que levo esse dito ao pé da letra, não sei se consciente ou não, mas o pratico há muito tempo em minha vida.
Um passo e você já não está no mesmo lugar dizia Chico Science e isso me pegou como deve pegar um mangue boy.
E as estrelas nessa noite quente vão me mostrando uma nova rota. Um novo caminho pra trilhar, esperança invade meu peito. É tudo novo, de novo!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Fim

Inspirado no texto do meu amigo Jean (nenhuma terra) link do blog está aqui ao lado. Super recomendo. Não deixe de ler: ohmmm. Bom, inspirado nele e apenas inspirado porque não tenho a menor condição de acrescentar nada aquele texto, resolvi escrever sobre o fim.
Eu sei que pontos finais são inevitáves e muitas vezes paradoxalmente vitais. Sei que cada fim representa um recomeço, que o passado representa exatamente um tempo que se foi, mas, romantico como eu só me derreto em perguntas e lamentos: Finais felizes estão reservados somente para as telenovelas?
A dramaticidade e a nossa falta de caráter é que determinam o fim. Se a gente sai numa boa a coisa continua, vai indo, se arrasta sem nenhuma qualidade e também sem nenhuma sequela.
Mas, é chegada a hora do ponto final e geralmente também do fim dos pudores, animosidades e educação. Somem os valores mais básicos daquilo que entendemos ser humano e surgem as iras mais intensas que é o que de fato nos torna humanos.
Até ai, normal, aceitável. E a gente pensa: Essa experiencia me fortaleceu e serei outra pessoa e blá, blá, blá.
Até chegar o próximo ponto final e a gente perceber que nada daquilo mudou, na verdade se intensificou, virou plus. E de ponto em ponto, necessáios e paradoxalmente vitais eu repito, a gente vai se tornando abutres de nós mesmos. E ponto!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O poder em suas mãos!

Timida e preocupada você vistoria suas vestes em frente ao espelho. Checa cada item, depois checa outra vez. Tá curto, tá apertado, tá marcando, tá mostrando a calcinha...
Mal percebe que quando você vacila a cidade inteira fica mais linda. Ganha em cor, fragrancias e formas. Tu, patrulha de ti mesmo relaxa em nome da beleza da vida e do tesão diário.
Porque não lhe ocorre que você não tem controle sobre quem te deseja, mas, o tem sobre com quem contigo se deita?
E como você chama essa tortura/patrulha a que você submete os meros transeuntes a quem pune com excessos de cheiros e nenhuma visão periférica?
Lembre-se dos pobres mortais a quem você ajuda dando um dia melhor quando lhes proporciona uma visão do algo mais.
E por fim, por favor, pare de tratar a sua sensualidade como se ela fosse um pecado capital/mortal/mal porque ela é na verdade uma janela para a imaginação de quem a vê. E mostra exatamente aquilo que imaginação de cada um permite.
Em suas mãos está o poder de deitar-se com quem você quiser e de querer ou não deixar as mãos dos pedreiros da construção ao lado com calos, calos de desejo e ardor.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Te amo!


Outro dia ouvi uma ótima:
- O que você acha de namoro à distância?
- Acho que é bom pros quatro. Respondeu o entrevistado.
Mas, a verdade é que amor é mesmo um troço muito improvável. Brota nos terrenos mais áridos. Clandestino como ele só, une judeus e palestinos, sérvios e croatas, freiras e sapatas, sai unindo sem pudores ou limites como uma enorme super bonder sentimental.
Ele não aceita as nossas regras, estica a nossa pele feito um Pitanguy com seu bisturi. O amor é fogo que nos devora em paixões e consome as nossas medíocres convenções.
Mas, por que estou falando tudo isso sem chegar a lugar algum?
É que eu tenho assistido nos últimos dias a um namoro à distancia e claro, no começo eu gargalhei feito uma hiena malhada malvada. Mas depois, observando os olhos apaixonados do meu amiguinho, ouvindo a suavidade da sua voz e a seriedade como ele encara os kilometros que os dista. Me rendi, ao amor, ao sorrisso e a flor... Aos encantos da modernidade que sustenta o mais puro dos sentimentos por ondas de internet.
Ah esse amor, não se cansa de me surpreender!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

"Maravilhoso" Mundo Novo!


O fogo crepitava a nossa frente. O Paulo se contorcia arrancando de seu violão tudo o que o instrumento podia dar. Ele é bom músico, mas, também gosta de impressionar. Há quem diga que se não fosse assim, de músico ninguém poderia o chamar.
Sim, claro tinham as estrelas e tudo o mais que um ambiente bucólico tem pra oferecer. Entramos com as bebidas quentes, o furor da nossa juventude e altas taxas de libido, se é que a libido se mede em taxas.
As canções iam do rock ao mela cueca e cuecas meladas sobravam naquela praia, naquele verão intitulado o verão do tesão. Mas, qual verão não é do tesão, não é mesmo?
Garotas classe média alta, douradas, esculpidas, sedentas. Voluptuosas, charmosas, deliciosas completavam a cadeia alimentar do lugar. Naquela época ainda acreditávamos ser o topo dessa cadeia. É a juventude tem enganos que vistos hoje parecem bizarros.
Celulares não existiam (xiiii me entreguei). Logo, a patrulha dos pais era menor.
Faz tempo, muito tempo e aquilo pra gente era viver. Quem era o presidente? Senador do nosso estado? O prefeito daquele lugar? Muitos de nós não sabia nem mesmo onde estava e essas perguntas não faziam parte do nosso restrito ciclo de interesses.
Éramos do tipo que lutávamos contra o sistema mesmo sem saber defini-lo. Se hay governo, soy contra! Esse era o nosso lema. Pelo menos tínhamos um. E isso naquela época era fundamental, arranje uma turma, um lema e seja feliz.
Gastávamos os nossos dias de casa em casa, algumas mães eram maneiríssimas e nos acolhiam com seus sanduíches e refrigerantes, conselhos, sorrisos e até cigarros. Outras eram puro radicalismo educacional. Corrigiam o nosso trôpego português, queriam saber o que significam as nossas gírias pra logo em seguida recriminá-las sem dó. Nos olhavam com desconfiança e definitivamente não éramos boas companhias para os anjinhos de seus filhos.
Éramos folgados, descarados e glutões. Flatulentos, um pouco sujos e absolutamente certos de que transformaríamos aquela merda de mundo em que vivíamos num lugar mega bacana. Se existia algo do que aquele mundo precisava era certamente da nossa galera.
CORTA PRO PRESENTE.
Eu era uma piada, não é mesmo?!
Mas, pelo menos naquela época eu tinha uma galera e umas idéias que me faziam seguir em frente.
Quando tudo isso se perdeu?
No dia em que acreditei que ser adulto era ser igual aquelas mães que nos reprimiam. No dia que passei a ver aquele outro grupo de mães como pessoas frágeis, sem pulso, crianças presas em corpo de adultos.
Faz pouco tempo que descobri que daquela minha primeira galera só estou vivo eu e o Alex que continua no Rio. O resto e não eram poucos, tombaram ao longo do caminho. Um a um como é o final de todos, inclusive o Paulo e seu violão. Mas, alguns foram cedo demais sem ao menos ver no que se transformou o nosso novo “maravilhoso” mundo. Sorte ou azar o deles? Pergunta difícil essa.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Aprendendo a levantar!

Um insistente filme roda em minha cabeça mostrando os nossos momentos preciosos. Me lembrando que você foi um analgésico em tempo de dor, um riso que me guiava no escuro, um pulo pra eu fugir do que era preciso. Os frames dessa película correm lentos pra que eu tenha tempo de registrar na minha fraca memória tudo o que você significa.
Olho em volta e não tenho pra quem contar a sinopse do nosso curta. Cantarolo as canções que fizeram a nossa trilha sonora, percorro solitário e cheio de saudade as locações, os lugares preferidos dessa filmagem.
Te amar dói te odiar corrói.
E mais uma vez sou uma nau prestes a zarpar. Desatando as amarras, verificando as defensas e deixando um rastro de explosões temperamentais, gritos, vexames.
Corto o mar que nos dista, vertendo dos meus olhos muito amor, muita saudade, lágrimas mesmo. E no final desse filme sobem os descréditos. E são todos meus. Todos meus! É assim que celebro a minha própria maneira de ser.
E agora recluso, longe da costa, sou só eu lutando pra levantar o meu mundo. Contudo:

“Não me culpes se eu ficar meio sem graça
Toda vez que você passar por mim.
Não me culpes se os meus olhos te seguirem,
Mesmo quando você nem olhar pra mim.
É que eu tenho muito amor, muita saudade
E essas coisas custam muito pra passar.
Não me culpe não, pois vai ser assim
Toda vez que você passar por mim”
“Se o meu mundo caiu, eu que aprenda a levantar”

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Acorda pra cuspir!

As vezes me pego imaginando como os meus amigos me veem. Aquele por quem passo e asceno com a mão e digo oi, claro que me vê de um jeito bem diferente daquele pobre coitado que tem que me aturar por horas.
Amizade pra mim sempre foi uma coisa muito cara. Sou do tipo que logo cedo na vida decidiu deliberadamente ser amigo. E quanta implicação, negação e confusão há nisso!
Dizer adeus é uma tarefa dura, dizer adeus antes da hora é muito mais. Mas, antes cedo o nunca!
Sei que sou uma pessoa dificil, tenho minhas bases centradas em valores que eu julgava eternos e que hoje percebo cairam em desuso. Mas, faço uso exagerado dos meus defeitos numa tentativa de mostrar algo mais em tudo que toco e vejo.
E essa é a minha viagem, minha visão. E sempre que tento estende-la para além da minha tenda invado, agrido, aborreço. É isso mesmo, sou mestre em afastar as pessoas, especialista em distruir com relacionamentos mais básicos.
Mas, não consigo trair os meus valores nem abdicar das minhas responsabilidades. O que tem de ser consertado por mim será, nem que custe um amigo a menos.
Acorda pra cuspir!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Um ermitão em Time Square!


Longe de toda aquela gente, perto o suficiente do sentimento que trago em mim. E a velha pergunta no ar: O que eu faço com esse gêmeo siamês que arrasto por essas ruas e avenidas e que chamamos de paixão?

As vezes eu queria separa-lo de mim como faço com um pedaço de pão. Passo a faca e logo resolvo. Mas, a coisa não é tão simples assim!

Sinto que todos me olham feito uma aberração, num primeiro momento isso me incomoda pra logo depois me encantar. É um sentimento visivel, sólido, palpável. É meu amigo oculto que se faz ver e é também o meu estorvo diário.

Eu não tenho a opinião formada sobre um monte de coisas que rolam sobre a terra, nem tão pouco o conhecimento suficiente para lidar com as ambiguidades de uma paixão regada de delírios e baseada na ilusão.

E assim sendo reajo como um ermitão reagiria em plena Time Square. Com medo, pavor, ansia, impotencia, raiva, chutes e pontapés. E isso não é um pedido de desculpas e sim uma constatação!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Pele de pessego, luva de pelica!

Demorou um tempão pra que os meus dedos tocassem aquela pele, daquela forma, ai que fôrma!
Nunca o sentido do tato foi pra mim tão valorizado, tão útil, tão eficiente. Mais que a visão ou o paladar, o tato naquele instante me dizia em braille que você é perfeita, tem consistência e abundancia, tudo isso numa embalagem economica.
E houve uma explosão dentro de mim. Sentidos e desejos entraram em erupção feito um vesúvio enlouquecido e todo aquele magma em forma de larva de vulcão aumentou o fogo em mim, devorou minha sensatez, marcou a minha alma e pele pra sempre. Inundou meu coração.
E ali, rendido e vencido, impotente e desejoso te entreguei meu coração pela milésima vez. E eu não gostaria que fosse diferente. Amo esse amor torto e tenso que há entre nós. Essa forma pouco ortodoxa de amar nos confere um ar de excelencia. Sei, que de um jeito ou de outro sempre vou ter você dentro de mim e que estarei sempre por ai pertinho de você. Sussurrando intimidades em seu ouvido, elogiando seu olhar de flecha, ou tateando seu glúteo deliciosamente esculpido em pele, carne e osso que juntos resultam em nitroglicerina pura!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Encontro marcado!

Tava meio de bobeira zapiando canais na tv e eu sei que você logo imaginou que eu parei no super pop porque algo me chamou a atenção e por falta de coragem pra assumir que estava assistindo isso dei toda essa volta, né? mas, eu não parei em lugar nenhum, desliguei mesmo!
Abri um livro e não consegui ler nada, fui pro computador e como já tinha passado o dia inteiro na frente dele abortei.
Peguei o celular e comecei a ver quem tava na minha agenda. E esse é um exércicio interessante. Cada nome uma história, as vezes duas ou mais... E lá pelas tantas achei o nome e o numero de uma garota que eu não falava fazia um tempão.
Meia hora depois eu tava no chuveiro, 45 minutos depois passando uma fragrancia uma hora e meia depois numa fila de cinema, três horas depois num balcão de lanchonete e três horas e quarenta e cinco minutos depois passando na porta de um motel.
Sozinho, chateado e com tesão. Ela não apareceu... Mas, eu fiz quase tudo que fui fazer!!!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Uma vida na merda!


Eu tava tirando onda num shopping da cidade quando encontrei um antigo amigo. E essa cena está virando corriqueira na minha vida. Apertos de mãos, abraços calorosos e logo depois começa a reclamação... Tempos bons eram aqueles e blá, blá, blá!!!
Daí fiquei lembrando de quando eu era criança e no nosso jardim surgiam aqueles besouros rolando suas bolas de bosta terreno a fora. Eu, curioso perguntava a minha mãe o que era aquilo e ela me dizia que era a casa dele. E é mesmo!
Ele nasce, cresce, trepa, mora, come... Na bosta!
E é um bichinho trabalhador, cheio de atitude, arrisco dizer que é filiz até. Tem uma casa de merda, uma familia de merda, uns vizinhos de merda e nem por isso é um bosta.
Enquanto meu amigo se lamentava eu lembrava da vida do bichinho e sorria. Até que ele não entendeu nada e me perguntou: Você tá entendo o que estou lhe dizendo?
Me desculpei com ele e disse que algo havia roubado a minha atenção. Mas que nenhuma luta foi capaz de calar ou parar um grande homem na história do universo, antes, o fortaleceram. Que creio que a gente é derrotado quando para de sorrir. Sei lá quanta bosta ainda vai rolar, isso não posso evitar, mas tem algo que posso fazer. Escolher a trilha sonora que vai embalar essa história.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O barulho!

Quem foi que disse que a tristeza dura pra sempre?
Ou que ela tem que ser mais chorada do que a alegria mais festejada?
O silêncio foi quebrado e da melhor maneira possível. A resposta demorou porque estava sendo maturada uma vez pronta chegou à mesa. Agora é só saborea-la, degluti-la.
Haja vinho, haja folego, haja coração... Já não tenho que arrastar o meu corpo feito uma esquife de múmia.
Hoje, filiz, muito filiz, por isso:
"Vamos fazer barulho aê"

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O silêncio!

Passei os ultimos três meses como uma criança que aguarda anciosa ao pé da lareira o bom velhinho, eu aguardava uma resposta e como o papai noel, ela também não veio.
E a esperança que já andava dodói evoluiu pra óbito. Todos aqueles sonhos foram interrompidos pelo silêncio.
Não, também é resposta, aprendi isso logo cedo. Mas e o silêncio é o quê?
O silêncio é a primeira coisa que existiu...
Antes eu era como que um Jesus, morria e sofria, mas aquilo só durava uns três dias, eu logo ressuscitava. Hoje, carrego comigo o cadáver da esperança dias a fio... Remoendo suas sobras, lamentando a sua precoce perda.
É hora de se reinventar!!! Vocifera algo em mim.
Mas, o meu cansado corpo não reage a tal convocação. E o meu coração rachado em agonias, geme baixinho e sofrego.
Hoje, a noite vai ser longa...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Erros comuns!


Achar que todo chorão é bonzinho.
Que todo gay é afeminado.
Que porque é original é bom.
Que a do vizinho é melhor.
Que se estivesse em outro lugar a vida tava melhor.
Que precisa urgentemente desse ultimo celular que saio agora...
Eu rico? não, meu nome é Eurico!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sede!


Toda a minha alma, hoje com bastante sede lembra um naco enorme do deserto do atacama. Inspeciono o céu das alegrias e nem sinal de uma gotinha de alento.
Tá tudo seco, torrado, evaporou, esturricou.
Miragens não há... Isso remete a fantasia, esperança e nesse momento é puro luxo. Luxo que eu não tenho pra bancar a brincadeira.
Você conhece a conversa dos corvos? pois bem, ela está se aproximando, rápida, amedrontadora. De espantalho não adianta me fazer pois, espantalho eu sou, só não espanto nada nem ninguém.
Já me tornei parte da paisagem nesse imenso milharal que é a vida. Sou um estacionamento de ave de rapina e um poste pra cachorro mijar.
Bate vento, bate mijo, bate bosta, mas... Nada de água, água doce limpinha, que mata a sede, esverdeia os campos, dá vida as coisas.
O Havy metal dos corvos tá no talo... Filhos da P...ta! Vou encher os meus pulmões e num grito/gemido desesperado vou cantar: Fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiigaro, figaro, figaro, figaro!!!
Isso é chato demais e duvido que eles vão aguentar. Cansei de dar-lhes o meu sorriso de palha, pros chatos um fuck of!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Reis da tirania!

Estavamos no interior da Albânia filmando um documentário sobre as juras de morte que existem por lá pra um canal de tv alemão quando de repente aparece um cigano doidão me ordenando desligar a camera que ele era o lider dali e só con su permisón a gente poderia gravar e tal. Detalhe, nós tínhamos autorização pra gravar ali.
Enquanto ele esperneava e ameçava quebrar a minha camera resolvi quebra-la eu mesmo e pra isso usei a cara dele.
Algumas coisas que me irritam:
Sociedades alternativas que surgiram em detrimento do sistemão da nossa sociedade e que se tornaram piores do que nós.
Super pop e sua Gimenez.
Gugu Liberado ou não seja onde for.
E canalhas que pensam ser donos de ruas, povos, situações e que ao invés de conversar chegam gritando, querendo impor sua condição de macho cabra da peste.
Alguns minutos e mais 150 euros depois, filmamos tudo por ali e ainda recebi um aperto de mão desse crápula.
No fundo eu acho que sou um soldado lutando contra a soberana tirania.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Propriedade pública!


No imenso tabuleiro da vida o amor próprio é só mais uma peça que a gente faz uso dela quando precisa reafirmar que é necessário se manter no controle, quando a água bate na bunda, quando as coisas não estão acontecendo conforme o esperado.
Pra alguém que passa muito tempo fazendo uso dessa ferramenta a fatura pode ser uma existência de muito amor próprio e migalhas do amor compartilhado.
Confesso-lhes que abusei do uso do amor próprio e hoje me emociona mais jogar uma roleta russa do negócio interplanetário que virou o amor.
Arriscado? Burrice? Estupidez? Tudo isso junto e mais um bocado de insensatez? Que seja! É um risco consciente e nada calculado.
Eu afrouxei todos os nós, desci as cortinas, me despi. E não me arrependo, hoje o que sinto é uma liberdade inebriante, puro êxtase, estou muito bem de guarda abaixada.
Sim, às vezes titubeio e tenho as minhas duvidas, sim continuo sendo aquele turrão minimalista, sim continuo um humano limitado. Só que agora eu acredito que nobre é ter certas peças poder usá-las, mas, não usá-las.
Vulnerabilidade veio com tudo pro meu dicionário. E agora sou assim, uma presa fácil pra tudo que é voraz. Onde isso tudo vai dá? Sei lá, isso também não importa nada, o que importa merrrrmo é a viagem e as descobertas que ela nos proporciona. É infalível, toda vez que me perco me aborreço muito, mas, sempre conheço alguém interessante no caminho e esse alguém muitas vezes são facetas de mim mesmo.
Sou um peregrino que caminha em encontro a mim mesmo. O mundo não é feito de coisas só pra cima e as vezes quando esquecemos da gente o maior beneficiado é a gente mesmo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cão que ladra!

Quando eu era apenas um aspirante a babaca você já era a vergonha do bairro. Sempre rosnando e mostrando os dentes como uma hiena, sempre irada, sempre reclamando, sempre de mal com tudo e todos.
Curiosamente, todas as vezes que suas teses tinham chance de virar fatos você amarelava.
Ainda é tempo de você entender que dá muito trabalho odiar quem a gente ama. É chato, toma tempo, corrói por dentro. Danifica o sistema gástrico, é veia intupida com saco plástico, é drástico.
É hora de mudar de personagem, de nova roupagem... Perfume, roupa leve, maquiagem pra rejuvenescer. Óculos escuros, corte novo no cabelo, luvas de seda, cigarro na piteira.
Do que você tem medo afinal?
Os vilões estão perdidos, desorientados, fragilizados, em baixa no mercado. Agora o bacana é abrir uma ONG e salvar os patinhos da lagoa, ou melhor, comece salvando a lagoa.
Se tu gosta tanto de uma vida dura te garanto que a de mocinha é mais dificil que a de vilã, porque amar dói, sobretudo quando não se é correspondido.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Hacerlo en colores!

Trecho da Música Dos Colores de Jorge Drexler
Tenho certeza que quando aquele cientista maluco começou a juntar os pedaços de gente que jaz, tal qual o açougueiro faz com as partes de um porco pra criar o Frankenstein ele imaginava estar criando algo de profunda beleza, sabedoria, engenhosidade e tudo o mais nessa linha de pensamento.
E não é assim que a gente sempre faz na vida?
Começa os projetos cheios de planos e ambições saudáveis, apostando alto nos resultados nobres das nossas ações e invenções, pensando sempre como nos é de costume que depende só e exclusivamente da gente e como estamos transbordando de boas intenções... Vai dar tudo certo, sem erro, é "nóis"!
E logo teremos mais um Frankenstein na praça. Os meus tem apelidos, geralmente no diminutivo que é pra atenuar as "merdinhas" que eu faço.
É tanto projeto falido, plano inacabado, boas intenções que deram errado que me espanta ainda ter ideias e esperanças que me acompanhem.
Hoje ecoa no meu cabeção de cientista lunático, sábios versos de uma canção que elucida meus inventos e intentos:
"Nuestra primera intencíon
Era hacerlo em colores:
Una acuarela que hablara
De nuestros amores.
...
Pero ustedes saben, señores,
Muy bien cómo es esto;
No nos falló la intención,
Pero sí el presupuesto...
En blanco y negro,
Quedó en blanco y negro...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Valores em teste!

É engraçado e ao mesmo tempo assustador quando a base do pensamento social é desafiada e ameaçada. Quando a estrutura onde está lastreada a nossa cultura sofre fissuras e vira alvo de discussões que requerem um pensamento um pouco mais elaborado.
Como sociedade é difícil, estranho, desafiador entender um ser humano que tem seus cromossomos XXY, ou seja, um terceiro sexo. E pra essa pessoa então, como será?
Essa forma padronizada de ver a vida dividida entre homens e mulheres é frágil e é apenas um dos equívocos que praticamos diariamente de forma coletiva.
Alguém que se vê preso num corpo hibrido e logo assim privado de desfrutar com liberdade o seu sexo arranca de nós espanto, medo e infelizmente quase nunca respeito. E a gente insiste em seguir as nossas vidinhas “normais” virando as páginas dos jornais e mudando de canal a cada assunto que nos incomoda.
Quando eu era proprietário de um bar, tive momentos de muita alegria e crescimento servindo cachaça no meu balcão/divã pra muito “tipo estranho” por assim dizer e ouvi confissões que deixariam qualquer padre morrendo de inveja.
- Um marido que saia a noite pra beber usando a calcinha da esposa. (por baixo das calças é claro).
- Uma “sapatão” que não entendia aquela caixa (corpo) que prendia sua alma de menino viril. Sobrava peitos, faltava algo entre as pernas... Dizia ela entre goles e lágrimas.
- Dois amigos que namoravam duas irmãs e que depois de sair da casa das namoradas o namoro continuava entre eles.
- Uma anãzinha de 50 e poucos centímetros fervendo de paixão e tesão, agarrada a uma tulipa de chope que era a metade dela inteira. Preciso transar cara, mas, ninguém me quer! E bebia um pouco mais a minha miúda amiga, flamejando como uma tocha... Tucha! Dizia seus olhos desejosos.
Pra mim a discussão não é se a atleta Semenya merece ou não a medalha que conquistou, embora isso seja legitimo. É na verdade aceitarmos o fato de que a gente não tem a menor idéia de quem somos.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Valores deteriorados!

Agradeço a sua atenção e suas constantes visitas ao meu porão. Sou um zumbi fora de moda, apegado a certos valores do passado, reclamão, rabugento e viciado em porrinha. Gasto tudo com vinho sangue de boi, discos de vinil e orgias. Mas, ainda assim, dia-a-dia você vem com seus doces, bolinhos, cigarros e manuias de boas maneiras. Sua cara embotada de uma alegria maquiada, produzida, colorida por fora, por dentro não sei a primeira vista me irrita, depois me encanta.
Você vem agarrada em meia dúzia de valores que pra você definem a fina linha que chamamos de vida. Tenta incansavel e desesperadamente me vender esse pacotinho de pálida lucidez e sua esperança me constrange ao mesmo tempo que sua infantilidade me irrita. Tudo isso acontece nas mesmas proporções, ao mesmo tempo, em mim.
Louca! Repete uma voz arrogante dentro da minha cabeça enquanto você destila seu amor e preocupação por mim, sim, porque pra você louco sou eu. E ouço pela milésima vez você dizer que fez meu doce predileto, que sente saudade do tempo em que nos conhecemos, que beija meu retrato toda noite antes de dormir.
Enquanto eu fico calado pensando: Caraca, como é horrível a gente ver um amor se acabar e por não ter mais nada pra fazer simplesmente ficar ali, sorvendo o esqueleto do que um dia chamamos de amor.
Hoje meu fígado vai ter um trabalhão pra processar todo o vinho sangue de boi que vou mandar pra dentro dele. Comigo é sempre assim, quando a alma não tem o fígado paga a conta.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Homem do jogo, bola da vez!

No final tudo parece se resumir se você quer ou não quer, se te serve ou não te serve. E isso me parece uma boa razão pra se bater a poeira, esquecer todo o investimento que foi feito naquele projeto/pessoa/emprego e seguir em frente, certo que aquilo não lhe serve mais. E provavelmente você também não serve mais praquilo.
E o bacana é que as coisas acabam se ajustando, tanto pra quem vai, quanto pra quem fica. As vezes a barriga dói, a gente tem medo, mas faz parte do enredo pobre das coisas que jazem na mesmice. É a defesa que o piloto automático aciona, tentando estancar as mudanças que estão por vir.
Lembra do time do Real Madri três temporadas atrás? pois é, o homem do jogo e a bola da vez agora é outro.
E o mundo meu amigo, pra alegria de muitos ainda gira, gira, gira, girou tu viu?!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Urbanóide!

Sempre fui chegado numa cidade grande, talvez por ser eu de uma cidade pequena porém limpinha (um abraço Garanhuns). Essa coisa de metropole meche comigo. Ruas largas, rostos indiferentes, sou mais um na multidão feito um ponto de plasma no telão da história. Um Zé ninguém, de ninguém, só, Zé, apenas.
Mas nenhum Zé é apenas, nem de ninguém. Embora as vezes isso é tudo que eu queria, ser Zé, ser de ninguém. Isso é pura covardia eu sei. Mas, ser covarde não me assusta, me assusta ser super agora e daqui há pouco ser super-ado.
Hoje liguei pra um representante da empresa que eu trabalho e o celular só caia na caixa postal. Resolvi ligar no escritório as 11:17 da manhã e uma garota com uma voz linda e preguiçosa me atendeu:
- Oi por favor o passarinho (esse é o nome do meu representante) está?
- Ele tá na estrada... (num sotaque arrastado e musical)
- É que tentei o celular dele e tá desligado.
- Ele deve tá descansando... (era 11:17 fiz questão de conferir).
Dei uma boa risada me despedi e desliguei.
Cidade grande, metropole, cosmopolitismo, vida cultural intensa, opções, multidões, etc. Tudo isso ganhou um novo significado pra mim e não foi pra melhor.
Viva o passarinho que voa livremente pela ensolarada Bahia e descansa a hora que quer!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O fantástico avisou: O Belchior sumiu!

O carro do cara que fez a música: medo de avião, está abandonado no aeroporto de Congonhas. Será isso uma pegadinha?
Belchior embalou a minha adolescencia e os meus primeiros anos de juventude. Nunca gostei de medo de avião, mas, adora aquela que dizia: o dedo em V cabelo ao vento amor e flor, quede o cartaz?!
Quede tu Belchior? qués matar a gente de susto é? quede teu bigode? quede tua trunfa repartida ao meio? quede teu vozerão macho?
Sumisse por que hein? te cansasse do sistema ou resolvesse ir morar em Ipanema, sob o pseudonimo de Jurema?
Se tu não voltar logo algum esperto vai fazer um tributo a tu. E quer saber? eu vou no lançamento desse disco quase póstumo. E vou levar o cartaz: Belchior, tás onde? em Belfort é?!
Eita Belchior menino danado, será que tu fosse assaltado?
Tás correndo até agora com medo do ladrão é?
Manda um verso ai pra nós, não nos deixe assim tão sós!!!
Alguém já deu uma olhada lá em Mucuripe? será que ele não foi pescar?
Eu sei que você é apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior, mas, tu nunca vai superar isso não é?!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Nas paredes da pedra encantada!

Eu ali em frente aquele tesouro arqueológico me sentia o próprio Indiana Jones. Eu tava de boné e riso frouxo, ao contrário dele, sempre de chapéu e apressado pra salvar o mundo.
Poucas vezes na vida eu me senti tão importante, tão útil e digno de aplausos e ovações. Eu sou um conquistador, um Alexandre não tão grande, alguém que chegou lá... Lá "naonde"? você me pergunta.
Longe, bem longe de casa. Longe do medo, do frio e do erro. Longe do senado, longe das pestes que ameaçam a nossa raça, longe de tudo. (romantizo eu)
Quase soberbo, cheio de marra e me achando eu estava perante a parede e seus indescritíveis simbolos e anotações estranhas e foi ai, somente ai que me dei conta do grande mané que eu era.
Uma pedra maluca no alto de uma montanha (tinha que ser no alto né?) com coisas que eu não tinha a menor idéia do que diziam.
Cansado, frustrado e liso me dei conta que essa era uma CILADA digna de Bruno Mazzeo. Eu paguei pra fazer esse "passeio", sabia?! O pior é que tem um Sesc do lado da minha casa... Mais barato, mais interessante, com shows massa e o melhor: fica numa rua retinha, sem ladeiras ou montanhas.
Sentei do lado daquela porra de pedra e o guia veio fazer uma foto minha.
Agora pronto, fudeu de vez, a cilada está registrada pra sempre!!!
Tem uma propaganda que tá rolando por ai que diz que num é porque é promoção que a gente tem que encarar. Aprendi sentindo na pele feito tatuagem.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Um reino muito estranho!

Todos eram excessivamente felizes, gargalhavam, nunca sorriam. Eu espirrei e logo veio uma ola de estádio lotado gritando em tom de alegria: Saaaaaaúúúdddeee!!!
Tristeza não há, dúvidas também não... Os dias são sempre ensolarados, céu azul, água quente e muita, muita, bem muita felicidade, aos borbotões.
Ok, me bastaram cinco minutos pra eu querer voar dali pro mundo real, minha terra de problemas e desafios. A felicidade em excesso é imbecilizante tarja preta plus.
Era uma tarde de domingo e eu visitava a familia da minha pretendente de quem também já desconfiava ser ela uma pessoa extremamente filiz.
Cara foram horas massacrantes, nunca em toda minha vida desejei um pouco de asco, uma porção de repúdia, alguém pra ser chamado de filho-da-puta, um maluco que cantasse: pare o mundo que eu quero descer.
Gente filiz é um saco, sua visão infantilizada da vida irrita, suas vozes milimetricamente calculadas em decibéis quase inaudivéis... aaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrggggggggg!
- Me desculpe querida, mas, eu não quero casar e acabo de descobrir que odeio as borboletas.
Um maluco aqui acabou de me dizer que meu time perdeu com um gol de penalti aos 45 minutos de 2o. tempo. Ufa! que bom que a vida voltou ao normal.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A culpa é de quem?


Culpa palavra em desuso,
Enche meu peito confuso,
Confunde meu pensar atrapalhado,
Me trazendo sobras do passado.
É pesado, é pesado,
Carregar assim esse passado.
Ainda mais espatifado e mofado,
Dificil de se definir,
Tou cansado de fugir.
Mudo, corro, desvio,
Vivo por um fio,
De navalha em alta tensão.
Brigado, valeu, hoje não...
Me viro de lado e ouço de novo:
A culpa é de quem?
Na boa? é sempre de quem nos convém.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Um sabado diferente!


Tinha tudo pra ser um sabado qualquer... Acordei 10:30, café com tudo que tenho direito, preguiça... Roupa na máquina, na vitrola Karina Buhr, na mão uma lista de supermercados. O sol brilhava lá fora me convidando pra ir a praia e foi ai que toda saudade que um ser humano possa sentir invadiu cada póro do meu corpo, doía, doía tanto que quase me esmaga contra o chão.

É uma casa muito grande e vazia, muito branca, tão branca que lembra um hospital. É fria, é silenciosa, é intimidadora. É um bairro que não consigo chamar de meu, numa cidade que não é de ninguém. É numa esquina, duma feia praça onde se deitam macumbas que apodrecem, onde jovens se picam. É suja, barulhenta, violenta e eu não gosto nada dali.

Aqui eu prefiro o frio, o céu cizento e seus rostos sisudos, nada amigáveis. Prefiro não pra ter motivo de reclamação, mas, porque me parece mais verdadeiro, autêntico.

Ninguém é culpado pela leitura que tenho desse lugar. Talvez esse nem seja o ponto, certamente o parametro que tenho é que me torna tão exigente e intransigente.

As coisas são assim e pouco posso fazer pra muda-las, mas, o pouco que posso faço. Desci, limpei o quintal, brinquei com os cachorros, li um pouco... E você não veio.

Tomei nosso resto de sorvete, daquele jeito com leite ninho. E o telefone finalmente tocou, era uma moça de um instituto de pesquisa e foi assim que lá pelas 16:35 eu falei com alguém pela 1a vez naquele sabado de sol e saudades.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A vida não é bolinho!

Hoje eu corro o risco de ser azêdo no meu post. Sim, porque a vida tem me jogado de um lado para o outro, sem dó, sem economias, sem avisos.
Os dissabores chegam sem manual que os explique e com eles uma série de apuros. São goles amargos, comida servida fria, pouca cachaça e muita dor de cabeça!
Resolvi fazer um teste, na verdade uma espécie de pesquisa de campo pra ver como anda o povo que eu chamava de minha galera. Se as dores alheias me aliviassem eu seria um beija-flor a essa altura. Estamos todos no mesmo barco, navegando num rio de merda.
Um me disse: é mais fácil dar errado na vida do que dar certo. O outro: Cara, tou morando com a minha mãe... E a coisa foi descendo até me angustiar por completo.
Eu queria ter as mais sábias palavras e um peito transbordando de esperança e alegria. O que tenho? medo!
De repente a cortina caiu e enxerguei que passamos, passamos e nada deixamos.
Bebi mais um pouco, não sei se pra esquecer ou me conformar... É engraçada essa vida. A gente sempre escuta que uma vida não tem preço e as vezes se julga tão aquém do que nos propomos.
Por via das dúvidas, vou tomar só mais uma dose. Quem sabe ela não me ajuda a dormir tranquilo, tomar uma atitude diferente ou simplesmente aceitar que não tenho o controle de nada nem tampouco as respostas pra tudo.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Passado e Presente!

Observava do meu cantinho um encontro inusitado, um velho amor do passado conversando com o meu amor atual.
E como o tempo passa... E passou!
Sentada ali estava a minha professora, aquela que me ensinou tudo o que não devo fazer e tudo o que devo também, mas, veio a vida e levou todo aquele sentimento embora. Reiventamos a relação e hoje somos amigos. Foram sete anos de curso (relacionamento), isso é uma faculdade de medicina e um ano de residência.
Do outro lado a minha pequena. Sem grandes pretensões, com olhos sempre atentos e ávidos por novidades. Sua pele dourada, pernas cruzadas, tragando goles de Bourbon, rindo da vida e faceira, leve como uma pluma ao vento.
Eu me derreto inteiro, feito o gelo do seu Bourbon e me imagino tocando seus lábios a cada novo gole. Me degole!
Ah, eu prefiro o presente sem me preocupar muito se no futuro serei o seu passado.
Sei que sou um mal aluno e vivo repetindo os errinhos que em pitadas vão conferindo um certo sabor a relação.
Que me perdoe a eterna professorinha... É que depois de alguns mesmos erros de sempre o amor nunca é o mesmo. Melhora!!!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um achado!


Era um lugar sujo, rôto, luz ruim e bastante deprimente. Eu não lembrava o que fazia ali nem muito menos o que buscava. Fazia dias que a minha alma tinha se acostumado a esperar pouco, ou melhor, nada de coisa alguma nem de ninguém.
Detrás de uma cortina vermelha fedida e rasgada eu vi você surgindo e disse: Caraca, acho que já bebi demais.
Seus olhos, sua tez, seu cheiro e até sua altura e peso me confortaram de imediato. E meu coração, sempre pronto pra se apaixonar, se apaixonou!
Dançamos ali entre outros casais que eram coadjuvantes da nossa história. Me diverti tanto que até confundi com felicidade.
Hora de partir! saí dali sozinho como entrei, mas, não saí o mesmo que entrei.
É verdade que nada está tão ruim que não possa piorar, mas, também é verdade que basta um minuto, gesto ou sorriso pra vida se mostrar favoravel aqueles que dela não desistem.
Meu amigo Gabriel me perguntou se eu acredito em anjos, olha o nome do cara que tem dúvidas se anjo existe?!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Serenata!

Era duas da manhã, era madrugada de quinta-feira, eu já tinha lido, assistido a dois filmes, rabiscado alguns poemas pra ninguém (mentira), assaltado a geladeira como nossos colegas do senado fazem com o nosso bolso (ou seja, sem dó) e nada, nada de sono... Minha ânsia aumentava em disparada quando de repente ouvi um violãozinho sofrido rasgar a amarga madrugada. Acompanhado de uma voz ruinzinha de doer estava um garoto embaixo da janela da minha vizinha se derretendo em loas...
E nada da janela abrir!
A musica era ruim, mas a atitude era muito boa, aliás em que filme esse minino viu isso? sim, porque serenatas nos dias de hoje?! quando rolam é pelo interfone.
Sereninho chato, musiquinha chata, vizinha desmaiada ou com alguém no lugar que o garoto queria estar... Nada de janela abrir!
Eu as vezes ria, as vezes me angustiava e o repertório do nosso astro casanoviano ia se acabando... E a janela? LA-CRA-DA!!!! a prova de som, de amor e de boas atitudes.
Lá pelas tantas o garoto sentou, desiludido e sem voz. Eu irritado, observava o nosso herói vencido, aliás vencidos estavam também o amor e toda aquela atitude.
Lembrei de um resto de vinho que eu tinha, desci, peguei a garrafa, abri a porta e sem dizer nada entreguei pro nosso astro.
Em dois goles ele encerrou com aquele vinho e tascou a garrafa na janela, que dessa vez, deu ouvidos... Mas, havia perdido o melhor dos espetáculos, o melhor do mundo e quem estava ali já não era o nosso Casanova e sim um vândalo.
E é assim que as coisas parecem ser a maioria das vezes. Se a gente ama, canta, se expõe... Mas quando a gente vira bicho vira também o foco das atenções.
Quatro e pouco o sono veio, golpeou-me lentamente enquanto ouvia ao longe barulhos de sirene e alvoroços!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Periódicos que acalmam!

Impaciente e quase descontrolado eu era um paciente sem controle algum.
Minha garganta arranhava, meu corpo doía. E em pequenos gemidos eu reclamava... Não suporto ambulatórios ou coisas do tipo! Quem gosta né?
A essa altura eu já havia doado uma generosa porção do meu sangue pra análise, tomado umas outras tantas picadas e escutado um monte de histórias tristes.
Um turbilhão de pensamentos malucos desaguaram na minha cabeça me levando a um monte de perguntas cujas respostas nada resolvem.
Como é que alguém pode querer ser médico? cara, isso aqui é o trabalho do cara, todo dia... Doenças, debilidades, fragilidades e pessoas como eu, cheias de auto comiseração.
Foi quando uma garotinha que parecia perceber meu desespero me deu uma revista e um sorriso. Agradeci desconfiado e me perguntei: Será que é assim que a morte faz? vem toda bonitinha, trata a gente bem e quando a gente relaxa ela nos degola?
Fiz cara de quem não estava relaxado coisa alguma e com os olhos deixei claro que não me descuidaria.
Porém, quatro folhas depois eu estava com a cabeça leve, livre e disponivel pra foiçada da inclemente... Era uma revista de fofocas banais e de gente forçadamente filiz. Era um mundo de faz-de-conta, onde tudo é pra cima, onde tudo dá certo.
E por razões que não saberia explicar essa overdose de futilidades me fez reavaliar o quadro, a menina e a foice.
- Diga 33
- Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinnnnnnnnnnnnnnnnnnnnta e trêssssssssssssssssssssssssss
- Ok, o Sr. está curado!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Despedida!

E eu ali, naquela estação, esperando o trem pra “paradiso” e só faltava cinco minutos pra eu partir e a esperança inundava meus olhos que percorria toda a plataforma a procura de ver você correndo pra me dar um ultimo abraço e quem sabe aquele beijo que o tempo tem curtido como a um bom vinho.
Nem aquele auto-falante anunciando o embarque imediato estancava os meus sonhos delirantes, você viria, me abraçaria, me beijaria. E tudo que vivemos nos preparou pra esse momento. E ali riríamos dos nossos medos e da surpresa de descobrir finalmente que gosto tem o nosso beijo.
E agora eu parto deixando muito mais que lembranças e levando algo mais que esperança.
Lentamente o trem ganha velocidade e te vejo pelo vidro chorando e assistindo a um filme de uma história breve e marcante.
E eu? eu sigo em frente porque seguir é preciso...
- Sr. Por favor o Sr. Precisa embarcar! Tocou-me o ombro me avisando o cara da companhia de trem.
E você não veio.
E eu fui.
Sem a demonstração explicita do seu afeto.
Com uma tristeza que poderia ser evitada.
Paradiso, paradiso, ai vou eu. Me trate bem!
Olhei pra mocinha do meu lado e pensei: “quem não pode Nova Iorque vai de Madureira”...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Na ponta do pé!

Seus gestos nada singelos, seus passos quase tropegos e suas linhas, definidas como que ao acaso tomaram de assalto a minha visão. E me encheram de ternura. Que dança estranha é essa?!
Paradoxalmente também foi como um soco no estomago, isso dói... Você é a minha doença, estranhamente também é a minha cura.
E os dias vão passando, as vezes calmos, as vezes nem tanto. Mas, que bom é ter você por perto!
Meu projeto de ser filiz está de volta a prancheta e eu de novo me vejo fazendo as malas e dizendo adeus.
E é assim que a banda toca. Já dizia o ditado:
Filiz no jogo, infiliz no amor...
E a roda que você insiste em re-inventar, continua girando... E tu? bailando, bailando ao som da roda.


quarta-feira, 29 de julho de 2009

De repente a dúvida!

Hoje o dia amanheceu estranho lá pros lados da Boa vista centro do meu Recife. Um amigo, muito querido, está com uma pulga na orelha esquerda.
- acho que minha garota faz programas!
O estrago que faz uma pulga numa orelha é imensurável. Começa em quem o sente pra logo ganhar o mundo e quem nos rodeia.
Tenho uma intima relação com as pulgas, isso se deve em parte a minha insegurança.
Mas, hoje ela não é minha e daí posso me dar o luxo de dar uma boa viajada aqui.
Fiquei pensando se ela realmente for do babado o que há de tão ruim nisso?
Sim, porque ela sempre volta, se deita com ele e o trata com carinho.
Falar de trabalho é sempre uma coisa muito chata, porque ela falaria do dela?
Até onde esse trabalho é tão diferente assim? até onde ele, eu, ou quem quer que seja tem o direito de julga-la?
E você ai, pensando que porque não é no meu eu acho isso um refrescante liquido saboroso.
Mas não, pelo contrário. Só acho que tem horas e que bom que elas existem, que as convenções vão por água abaixo e eleva o nível das discussões.
Afinal, a gente tá aqui pra quê né não?!
E você hein amigo? será que o que os olhos não veem o coração não sente? isso pra hoje me parece bastante prudente.
Boa noite, boa sorte!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Isso e ócio!


Manhã de sábado chuvosa e fria...
"O melhor da vida é isso e ócio"
E eu aqui te esperando...
"Solidão não cura com aspirina"
Cheio de um sentimento que parece ser só meu...
"Tanto amor em mim, em ti nem tanto"
Com frio e nú...
"Vem me trazer calor, fervor, fervura Me vestir do terno da ternura"
Errei sim, mas...
"Até um canalha precisa de afeto Dor não cura com penicilina"
Brigar não é bom, mas necessário...
"Antes o atrito que o contrato"
E nas pazes, alegria, alegria...
" Sexo também é bom negócio"

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Coletividade!

"Ele morreu em casa" (pausa)... "tava deitado lá" (outra pausa)... "de olho fechado, morto" (longa pausa)... "foi onti"...
Estava eu espremido entre glúteos e seios, acompanhado de uma pequena multidão que se locomovia cidade à fora num transporte coletivo. Ouvindo histórias bizarras como a que mencionei acima, presenciando uma calorosa discussão onde a garota insistia que o cara pegasse um taxi e ainda uma mulher e um cara levantando duvidas sobre a paternidade do sobrinho da prima de sei lá quem. E o cara era mais fofoqueiro que a garota. "O menino parece com Ivanildo? eita pois tu és cega mesmo visse!"
Tudo isso é claro em meio a algumas bufas e muita, muita musica ruim.
Além da gripe suína por aqui tá rolando uma outra epidemia e o nome dela é: Mc zói de gato, que fora um garoto que gravou algumas "musicas" e pereceu aos 14 anos. E o meteórico Mc deixou o seu legado e vocês sabem né?! legados são legados, bons ou ruins de tempos em tempos alguém faz uso deles em profusão!
Eu ali esprimido sentia saudade do tempo em que não havia celulares, ou do tempo em que celulares só serviam para:
-Alô, tás me ouvindo?
- Tô e tu?

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Recortes!


Deixa eu dizer que te amo Deixa eu pensar em você Isso me acalma me acolhe a alma Isso me ajuda a viver

É um espelho sem razão Quer amor fique aqui...
Na verdade:
Você não vale nada, mas, eu gosto de você!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Astúcias e jogos de brincar!

Ao longo dos anos fui aperfeiçoando as minhas técnicas, elaborando as minhas abordagens e tecendo fina teia. São armas, não se engane, são armas silenciosas para uma guerra “quente”. Pequenos afagos, beijos roubados, aromas sintonizados e rápidos são os pequenos prêmios. E um a um vou colocando na minha prateleirinha de troféus medíocres. E os observando me alimento de sonhos simples, porém impossíveis.
Quase sempre o derrotado sou eu. E de novo tenho que me recompor e seguir em frente, porque caminhar é preciso, afinal o meu prêmio maior pode estar logo ali, na próxima esquina e ao encontrá-lo verei que todo passo dado até ele terá afinal valido à pena. Mas, é duro abandonar assim algo e alguém em quem foi investido tempo, estratégia, energia, esperança e por que não dizer também amor. Pode e deve ser uma forma bastante estranha de amar, mas, é a que eu sei, a que eu aprendi e tive que fazê-lo sozinho, sem mestres ou manuais. Foi no peito e na raça, na coragem de enfrentar meus monstros e meus medos. E o resultado é esse, essa forma estranha de querer bem, sem dizer tudo o que sinto, pois quando o faço geralmente assusto, afasto o objeto do meu querer e estrago tudo mais uma vez.
Andam dizendo por ai que a gente tem que ser honesto. Conosco, com os outros, com os fatos, possibilidades, etc. E a honestidade se tornou uma moeda alta. Uma espécie de certificado de bom caráter pra quem a pratica. Mas, todas as vezes que sou honesto, principalmente com os outros o estrago tende a ser medonho. Nem eu nem o outro estamos prontos pra essa overdose de honestidade proposta.
E aqui entram os jogos de brincar. O faz-de-conta, a fábula escrita segundo a perfeição dos meus sonhos. E é aqui também que tudo se torna extremamente perigoso, pois toda essa ficção causa dor real. Um mau posicionamento das peças e lá se vai uma partida pro buraco. Ponto pra solidão.
Esperança cansa diz a canção e de engano a engano uma vida vai sendo gasta. E nessas horas é inútil querer reparar os danos. A enchente veio e levou toda a plantação revelando agora um terreno cheio de erosão e buracos a ser reparado, de novo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Aprendendo a falar de amor!

Quão audacioso precisa ser um homem pra falar de amor?
Ainda mais quando antes dele vieram nomes como Will Shakes e o grande Vinicius O de Moraes. Mas pra minha sorte eu sinto o que eles um dia sentiram. A minha limitação não deixa que eu me expresse tão bem quanto eles o fizeram, mas, o tamanho do meu amor nada deve a esses homens, lhes garanto!
Antes do amor eu era um cara franzino, meus dentes eram de leite, meus musculos frágeis e o meu sorriso amarelo. Mas de repente veio o amor e refez essa configuração, num ato de generosidade e resgate, salvou-me de mim mesmo e do ciclo bizarro de meu mundinho e probleminhas.
O amor me faz bem, mesmo quando mutila partes vitais da minha alma. Mesmo quando me faz visitar os bares da cidade com maior frequencia, mesmo quando abuso do direito de ouvir o rei Reginaldo Rossi.
O meu amor era só pra ser amor, mas, amor que é amor nunca é só amor. É também uma pitada de medo, um pouco de insegurança, algumas proibições envolto num grosso caldo de esperança.
Quando eu deito te desejo boa noite ainda que você não me ouça, ainda que a distancia nos separe e que o que eu sinto te amedronte, aliás, o que sinto também me amedronta.
E quando acordo rio de nossas conversas recheadas de absurdos e sorrisos cheio de uma cumplicidade invejável.
Viva o amor enquanto combustivel, esperança ou até mesmo ilusão.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A guitarra e a flor!


E ali encostada num canto qualquer de uma sala de estar eu permanecia silenciosa e incoformada. Suas cores e pétalas jaziam junto ao vaso de agua amarelada. Seu perfume se perdera na imensidão do lugar.
Nessa curta história recente sua cor, meu tom, um belo som.
Agora o silêncio em respeito e de saudade. Minha flor, pétala a pétala você foi se indo. E eu nem tive tempo de te mostrar como é linda Nova Iorque no inverno!
É curtinha a vida de uma flor e ela sábia que só não perde tempo com coisas pequenas. A flor se gasta inteira pra tornar belo o lugar em que se encontra. Num jardim ou num vaso, ao ar livre ou presa, flor que se preza perfuma, colore, embeleza.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Um adeus a Sorekine!

Nunca esqueço o dia em que te vi pela primeira vez.
Seu cabelo laranja, desgrenhado e sujo, sua dança estranha, suas citações que iam da revista Bravo ao Codex Calixtinus. Você muito doida de vinho e maconha. Convenhamos, nem a memória mais fraca do universo esqueceria tanta excentricidade num único ser.
Aquele era um tempo de liberdades exageradas que resultariam numa geração estéril, débil e financeiramente dependente. E você era a nossa Sharon Stone Joplin da Silva. Zero de convenções, nada de pudores. Você era excessos e horrores.
Se os seus planos artísticos tivessem dado certo sua carreira teria sido meteórica. Não deram, mas, meteórica foi a sua passagem por aqui.
Hoje eu não trouxe flores, pois tive o cuidado de entregá-las enquanto você podia vê-las e sentir o seu cheiro. Nem apareci no dia em que te fecharam nessa casinha pequena, com arquitetura indescritível. Porque eu queria você e seus excessos, seus horrores e erros de postura e de português.
Mas, hoje eu estava aqui perto e resolvi aparecer. E é estranho saber que você está aqui e que aqui impera um silencio amedrontador.
Ah, eu trouxe a minha gaita. Vou soprar algumas notas de blues. Vamos subverter esse silencioso sistema, afinal subverter sistemas era a sua especialidade, né merrrrrrmo?!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A hibernação de "R"

Uma amiga me acusou de ter a feia mania de colocar apelidos em todo mundo. Enquanto “R” hiberna feito um urso gordo e sonolento numa toca qualquer do antigo valo ela está flertando com um artista plástico a quem eu carinhosamente chamo de pintor de roda pé. Ela, enfurecida me dizia que ele é um artista completo e eu dizia: Plástico, de vidro, de madeira e ela se apressava em colocar; de cristal!
Eu sempre vejo coisas onde não tem nada e a boa notícia é que eu não estou sozinho. Cristal? Eita pegou pesado. Mas, é isso que o amor faz com a gente e a falta dele também, no meu caso é claro. O curioso é que o mesmo objeto de observação recebe valores tão distintos. Pra mim o rapaz é até esforçado, pra ela o Michelangelo que se cuide, que capela cistina que nada, o roda pé é que está em alta.
E esse mosaico doido chamado vida, vai conferindo historinhas como essa por todo o globo. E dependendo de que lado você está o brilho será mais intenso, as cores mais vibrantes e tudo será grande. Até os pintores de roda pé.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

UTI!

A tia de branco me pediu pra escrever tudo. Me disse que era psiquiatra e que isso iria me ajudar.
- Crie um diário e relate as coisas que lhe chamarem a atenção. Disse ela com ar de sabedoria e com a certeza de que eu não tinha muitas alternativas.
Cara quão mórbida pode ser a curiosidade humana, eu ainda nem morri e esse abutre de branco já quer consumir as minhas memórias.
Pois bem senhorita, venha e conheça os meus pensamentos, entre sem pudores na minha intimidade. Só espero que você seja boa o suficiente pra fazer delas uma tese de doutorado.
Tudo aqui é muito branco e o soro cai em gotas e cada gota deveria representar vida, mas, me parece mais um relógio sinistro, um voraz devorador do tempo e tempo e saúde são duas coisas que eu não tenho.
Todos esses tubos, aparelhos, respiradores, macas, facas e bisturis são as armas que tenho pra duelar contra o que me consome. Eu, logo eu, que sempre gostei das armas medievais.
Olho em volta e não vejo algumas coisas que costumavam me acompanhar durante toda a minha vida.
Onde está o meu sarcasmo?
E aquela certeza de que só acontecia com os outros?
Pra onde foi toda aquela coragem e desdém?
E logo aprendo uma lição: tem coisas que morrem antes da morte chegar.
O inevitável filminho da minha vida começa a ser exibido em branco e preto. Mas, o controle não está comigo. Não tem pausa, avançar, voltar, nem gravar de novo.
Sim, tem coisas das quais me arrependo!
Sim, me arrependo também de coisas que não fiz!
E em vão suplico mais uma chance...
Trimmmmmmmmmmmmmm, trimmmmmmmmmmmmm!!!!
O despertador me sacode pra mais um dia “comum”
Dias comuns não existem, pessoas comuns, menos ainda.
Lavei o rosto, desci pro café e sorri pro ovo frito.
É meu caro quase galináceo, não importa como se morre, importa mesmo é como se vive!