sábado, 22 de maio de 2010

Uma ilha em silêncio!

É um fluxo medonho, sinistro, cruel.
Os que ficam criam calos na alma e "se acostumam" com esse vai-e-vem que mais parece um vai-e-vai porque quando a gente chega nos lugares leva um tempo pra ser percebido, ser amado. E quando a gente percebe pra depois amar aqui na ilha significa que chegou a hora de também se despedir.
E vem a inevitável sensação de que a gente não aproveitou ou se curtiu o suficiente.
E gente que vai, geralmente não volta. E conhecimento que fica, se espalha e se recicla. Amanhã chegam mais dois! Avisa uma voz que se parece com a de um capataz.
Amanhã chegam mais dois significa muito mais que duas pessoas chegando amanhã. Significa que a ilha tem uma purga impiedosa, significa que o paraíso virou inferno, que sonhos viraram pesadelos, que a beleza que arrebenta retinas é insuficiente pra alimentar a barriga vazia, a alma sedenta.
Quando se anuncia que amanhã chegam mais dois aqui é que outros dois estão partindo. E partindo aqui é indo embora também, mas, é de partir o coração também.
Ameacei tecer uma lista contendo os nomes dos que por aqui passaram e me tocaram de uma forma ou de outra e a lista contém simplesmente TODOS os nomes. É uma ilha, tem isolamento que resulta numa imensa carência que sucumbe e aniquila qualquer coerência.
Esse fim de mês vai ser bem especial por aqui.
Chegarão mais dois... Mas, os dois que estão indo embora são os meus mega brothers Ronald e Tom.
É o berimbau que se cala logo depois de chorar e o chorão que se cala quando estava aprendendo a sorrir e curtir seu título de professor.
E eu que fico cumprindo meu papel de mero espectador.
Álcool forte nessas horas ajuda. Escrever ajuda. Fotografar ajuda. Esperança ajuda.
Amanhã, mais dois!
Depois?....?

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