Venho aqui lhes comunicar que morri.
Descobri ontem que vago vida a fora feito alma penada, favor não confundir com zumbis, pois, esses emitem sons, fazem cara de mal e assustam as pessoas, eu não, eu sou uma espécie de Gasparzinho, só que sem a graça do simpático albino voador.
Mas, eu morri!
Morri quando desisti dos meus sonhos, quando dei ouvidos as criticas descabidas, quando deixei que os problemas escrevessem a minha história, quando não percebi o amor, o sorriso e a flor.
Morri todas as vezes que quis cumprir a lei a qualquer custo, quando ignorei o drama alheio, quando me enchi de mágoa e rancor, quando gastei meu tempo tentando revidar em quem me bateu.
Morri quando aceitei as conseqüências como perpétuas, quando desisti de lutar, quando me vi frágil, fatigado e muito longe de casa e daquilo onde eu esperava estar.
Morri lenta e indolormente...
Morri de covardia, de estupidez e empáfia. Morri de medo e de vergonha, morri a cada gole e também morri na falta deles. Morri no silêncio, no barulho e no descaso. Morri e não fui chorado, nem bebido, antes, duramente criticado.
Hoje meu rosto é pálido, meu cheiro é ruim, meus olhos sem vida e eu, eu não sinto o aroma das mais belas rosas.
O que eu faço das 24 horas de cada dia? Me apavoro com elas, as desperdiço, uso-as de maneira irresponsável.
Mas, só ontem eu percebi que havia morrido e isso me deu uma saudade danada da vida.
Fiquei lembrando quando o gesso do fatalismo não me servia não me afetava. Lembrei até de como eu gostava de desafios e um pouco antes de como eu os provocava.
Lembrei das minhas conversas com a lua e de quando contava estrelas na praia na companhia de alguém querido.
Lembrei que é São João e o cheiro do milho invadiu as minhas putrefatas narinas. Me vi dançando uma quadrilha arretada, casando, sendo o padre ou simplesmente numa calça com remendos estranhos e modernos.
Senti a leveza da vida como sentem os miúdos, os pequeninos, as crianças...
Ah, eu quero renascer, ressuscitar, voltar a viver!
Quem quer que tenha sido, por favor, devolva os meus sonhos. Pois entre ser confundido com um chato ou um bobo eu prefiro o bobo.
Aromas e paladares surgem em meu nariz e boca. Revisito o espelho e percebo centelhas de vida a minha volta, as costas estão leves, vou voar, vou voar...
Não posso lamentar o meu tempo de necrópole, isso seria perder mais tempo, agora eu vou mesmo é viver!
Descobri ontem que vago vida a fora feito alma penada, favor não confundir com zumbis, pois, esses emitem sons, fazem cara de mal e assustam as pessoas, eu não, eu sou uma espécie de Gasparzinho, só que sem a graça do simpático albino voador.
Mas, eu morri!
Morri quando desisti dos meus sonhos, quando dei ouvidos as criticas descabidas, quando deixei que os problemas escrevessem a minha história, quando não percebi o amor, o sorriso e a flor.
Morri todas as vezes que quis cumprir a lei a qualquer custo, quando ignorei o drama alheio, quando me enchi de mágoa e rancor, quando gastei meu tempo tentando revidar em quem me bateu.
Morri quando aceitei as conseqüências como perpétuas, quando desisti de lutar, quando me vi frágil, fatigado e muito longe de casa e daquilo onde eu esperava estar.
Morri lenta e indolormente...
Morri de covardia, de estupidez e empáfia. Morri de medo e de vergonha, morri a cada gole e também morri na falta deles. Morri no silêncio, no barulho e no descaso. Morri e não fui chorado, nem bebido, antes, duramente criticado.
Hoje meu rosto é pálido, meu cheiro é ruim, meus olhos sem vida e eu, eu não sinto o aroma das mais belas rosas.
O que eu faço das 24 horas de cada dia? Me apavoro com elas, as desperdiço, uso-as de maneira irresponsável.
Mas, só ontem eu percebi que havia morrido e isso me deu uma saudade danada da vida.
Fiquei lembrando quando o gesso do fatalismo não me servia não me afetava. Lembrei até de como eu gostava de desafios e um pouco antes de como eu os provocava.
Lembrei das minhas conversas com a lua e de quando contava estrelas na praia na companhia de alguém querido.
Lembrei que é São João e o cheiro do milho invadiu as minhas putrefatas narinas. Me vi dançando uma quadrilha arretada, casando, sendo o padre ou simplesmente numa calça com remendos estranhos e modernos.
Senti a leveza da vida como sentem os miúdos, os pequeninos, as crianças...
Ah, eu quero renascer, ressuscitar, voltar a viver!
Quem quer que tenha sido, por favor, devolva os meus sonhos. Pois entre ser confundido com um chato ou um bobo eu prefiro o bobo.
Aromas e paladares surgem em meu nariz e boca. Revisito o espelho e percebo centelhas de vida a minha volta, as costas estão leves, vou voar, vou voar...
Não posso lamentar o meu tempo de necrópole, isso seria perder mais tempo, agora eu vou mesmo é viver!
4 comentários:
"...Socorro, alguma alma, mesmo que penada, Me empreste suas penas..." (Socorro - Arnaldoo antunes)
Volte pra casa amigo. e naum de ouvido oa que os outros falam ou deixam de falar ou fazer, não seja a ANA MARIA BRAGA , mais seja mais VOCÊ (piada sem graça)
- te amo
escuta, o que é empáfia?
gostei bastante do título!
empáfia = orgulho, vaidade..
eh isso nhe amigo?
=)
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