Os coletivos que tenho andado nas cidades desse imenso e sofrêgo país têm sido verdadeiras escolas ambulantes. Daí vem o "Onibus Escola" e não o "Onibus Escolar".
Confesso que preferia estar num onibus escolar e ser uma criança inocente e alheia ao nosso cotidiano voraz de adulto. Ainda que hoje se tenha tão pouco tempo pra se ser criança.
Mas, não é de onibus, escola ou criança que quero falar e sim de negócios.
Hoje aconteceu de novo (e vai acontecer de novo e de novo e de novo), entrou um jovem de roupas sociais e uma pasta no onibus falando ao telefone e as palavras que eu mais ouvi foram: pressionar, arrancar, forçar, resultados, pedido e logo saquei a aflição do meu colega de coletivo. Ele estava se explicando pra um chefe que tem que se explicar pra alguém porque que a troca do barco desse alguém vai ter que ser de novo adiada, tendeu?!
Essas pessoas de roupas sociais, pastas e rostos pálidos eu encontro aos borbotões ao longo do meu caminho. E elas carregam seus sonhos e lamentavelmente chegam a níveis de subordinação que beiram a paranóia. E eu me pergunto: Qual foi a história que nos contaram que a gente passa 98% da nossa novela pessoal tomando na cabeça na esperança de no final ficar com a donzela ou donzelo, sei lá?!
Cada dia nesse mundo dos negócios a saúde, esperança, família, amigos e tantos outros valores são tragados e alguns desses soldados nem sequer voltam pra casa. O coração desiste e pára, fatigado e saturado pela gordura trans desse movimento suicida.
Eu não tenho a solução embora ela me pareça óbvia, ou, óbvio me parece que isso não é viver!
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