sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O barulho!

Quem foi que disse que a tristeza dura pra sempre?
Ou que ela tem que ser mais chorada do que a alegria mais festejada?
O silêncio foi quebrado e da melhor maneira possível. A resposta demorou porque estava sendo maturada uma vez pronta chegou à mesa. Agora é só saborea-la, degluti-la.
Haja vinho, haja folego, haja coração... Já não tenho que arrastar o meu corpo feito uma esquife de múmia.
Hoje, filiz, muito filiz, por isso:
"Vamos fazer barulho aê"

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O silêncio!

Passei os ultimos três meses como uma criança que aguarda anciosa ao pé da lareira o bom velhinho, eu aguardava uma resposta e como o papai noel, ela também não veio.
E a esperança que já andava dodói evoluiu pra óbito. Todos aqueles sonhos foram interrompidos pelo silêncio.
Não, também é resposta, aprendi isso logo cedo. Mas e o silêncio é o quê?
O silêncio é a primeira coisa que existiu...
Antes eu era como que um Jesus, morria e sofria, mas aquilo só durava uns três dias, eu logo ressuscitava. Hoje, carrego comigo o cadáver da esperança dias a fio... Remoendo suas sobras, lamentando a sua precoce perda.
É hora de se reinventar!!! Vocifera algo em mim.
Mas, o meu cansado corpo não reage a tal convocação. E o meu coração rachado em agonias, geme baixinho e sofrego.
Hoje, a noite vai ser longa...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Erros comuns!


Achar que todo chorão é bonzinho.
Que todo gay é afeminado.
Que porque é original é bom.
Que a do vizinho é melhor.
Que se estivesse em outro lugar a vida tava melhor.
Que precisa urgentemente desse ultimo celular que saio agora...
Eu rico? não, meu nome é Eurico!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sede!


Toda a minha alma, hoje com bastante sede lembra um naco enorme do deserto do atacama. Inspeciono o céu das alegrias e nem sinal de uma gotinha de alento.
Tá tudo seco, torrado, evaporou, esturricou.
Miragens não há... Isso remete a fantasia, esperança e nesse momento é puro luxo. Luxo que eu não tenho pra bancar a brincadeira.
Você conhece a conversa dos corvos? pois bem, ela está se aproximando, rápida, amedrontadora. De espantalho não adianta me fazer pois, espantalho eu sou, só não espanto nada nem ninguém.
Já me tornei parte da paisagem nesse imenso milharal que é a vida. Sou um estacionamento de ave de rapina e um poste pra cachorro mijar.
Bate vento, bate mijo, bate bosta, mas... Nada de água, água doce limpinha, que mata a sede, esverdeia os campos, dá vida as coisas.
O Havy metal dos corvos tá no talo... Filhos da P...ta! Vou encher os meus pulmões e num grito/gemido desesperado vou cantar: Fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiigaro, figaro, figaro, figaro!!!
Isso é chato demais e duvido que eles vão aguentar. Cansei de dar-lhes o meu sorriso de palha, pros chatos um fuck of!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Reis da tirania!

Estavamos no interior da Albânia filmando um documentário sobre as juras de morte que existem por lá pra um canal de tv alemão quando de repente aparece um cigano doidão me ordenando desligar a camera que ele era o lider dali e só con su permisón a gente poderia gravar e tal. Detalhe, nós tínhamos autorização pra gravar ali.
Enquanto ele esperneava e ameçava quebrar a minha camera resolvi quebra-la eu mesmo e pra isso usei a cara dele.
Algumas coisas que me irritam:
Sociedades alternativas que surgiram em detrimento do sistemão da nossa sociedade e que se tornaram piores do que nós.
Super pop e sua Gimenez.
Gugu Liberado ou não seja onde for.
E canalhas que pensam ser donos de ruas, povos, situações e que ao invés de conversar chegam gritando, querendo impor sua condição de macho cabra da peste.
Alguns minutos e mais 150 euros depois, filmamos tudo por ali e ainda recebi um aperto de mão desse crápula.
No fundo eu acho que sou um soldado lutando contra a soberana tirania.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Propriedade pública!


No imenso tabuleiro da vida o amor próprio é só mais uma peça que a gente faz uso dela quando precisa reafirmar que é necessário se manter no controle, quando a água bate na bunda, quando as coisas não estão acontecendo conforme o esperado.
Pra alguém que passa muito tempo fazendo uso dessa ferramenta a fatura pode ser uma existência de muito amor próprio e migalhas do amor compartilhado.
Confesso-lhes que abusei do uso do amor próprio e hoje me emociona mais jogar uma roleta russa do negócio interplanetário que virou o amor.
Arriscado? Burrice? Estupidez? Tudo isso junto e mais um bocado de insensatez? Que seja! É um risco consciente e nada calculado.
Eu afrouxei todos os nós, desci as cortinas, me despi. E não me arrependo, hoje o que sinto é uma liberdade inebriante, puro êxtase, estou muito bem de guarda abaixada.
Sim, às vezes titubeio e tenho as minhas duvidas, sim continuo sendo aquele turrão minimalista, sim continuo um humano limitado. Só que agora eu acredito que nobre é ter certas peças poder usá-las, mas, não usá-las.
Vulnerabilidade veio com tudo pro meu dicionário. E agora sou assim, uma presa fácil pra tudo que é voraz. Onde isso tudo vai dá? Sei lá, isso também não importa nada, o que importa merrrrmo é a viagem e as descobertas que ela nos proporciona. É infalível, toda vez que me perco me aborreço muito, mas, sempre conheço alguém interessante no caminho e esse alguém muitas vezes são facetas de mim mesmo.
Sou um peregrino que caminha em encontro a mim mesmo. O mundo não é feito de coisas só pra cima e as vezes quando esquecemos da gente o maior beneficiado é a gente mesmo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cão que ladra!

Quando eu era apenas um aspirante a babaca você já era a vergonha do bairro. Sempre rosnando e mostrando os dentes como uma hiena, sempre irada, sempre reclamando, sempre de mal com tudo e todos.
Curiosamente, todas as vezes que suas teses tinham chance de virar fatos você amarelava.
Ainda é tempo de você entender que dá muito trabalho odiar quem a gente ama. É chato, toma tempo, corrói por dentro. Danifica o sistema gástrico, é veia intupida com saco plástico, é drástico.
É hora de mudar de personagem, de nova roupagem... Perfume, roupa leve, maquiagem pra rejuvenescer. Óculos escuros, corte novo no cabelo, luvas de seda, cigarro na piteira.
Do que você tem medo afinal?
Os vilões estão perdidos, desorientados, fragilizados, em baixa no mercado. Agora o bacana é abrir uma ONG e salvar os patinhos da lagoa, ou melhor, comece salvando a lagoa.
Se tu gosta tanto de uma vida dura te garanto que a de mocinha é mais dificil que a de vilã, porque amar dói, sobretudo quando não se é correspondido.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Hacerlo en colores!

Trecho da Música Dos Colores de Jorge Drexler
Tenho certeza que quando aquele cientista maluco começou a juntar os pedaços de gente que jaz, tal qual o açougueiro faz com as partes de um porco pra criar o Frankenstein ele imaginava estar criando algo de profunda beleza, sabedoria, engenhosidade e tudo o mais nessa linha de pensamento.
E não é assim que a gente sempre faz na vida?
Começa os projetos cheios de planos e ambições saudáveis, apostando alto nos resultados nobres das nossas ações e invenções, pensando sempre como nos é de costume que depende só e exclusivamente da gente e como estamos transbordando de boas intenções... Vai dar tudo certo, sem erro, é "nóis"!
E logo teremos mais um Frankenstein na praça. Os meus tem apelidos, geralmente no diminutivo que é pra atenuar as "merdinhas" que eu faço.
É tanto projeto falido, plano inacabado, boas intenções que deram errado que me espanta ainda ter ideias e esperanças que me acompanhem.
Hoje ecoa no meu cabeção de cientista lunático, sábios versos de uma canção que elucida meus inventos e intentos:
"Nuestra primera intencíon
Era hacerlo em colores:
Una acuarela que hablara
De nuestros amores.
...
Pero ustedes saben, señores,
Muy bien cómo es esto;
No nos falló la intención,
Pero sí el presupuesto...
En blanco y negro,
Quedó en blanco y negro...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Valores em teste!

É engraçado e ao mesmo tempo assustador quando a base do pensamento social é desafiada e ameaçada. Quando a estrutura onde está lastreada a nossa cultura sofre fissuras e vira alvo de discussões que requerem um pensamento um pouco mais elaborado.
Como sociedade é difícil, estranho, desafiador entender um ser humano que tem seus cromossomos XXY, ou seja, um terceiro sexo. E pra essa pessoa então, como será?
Essa forma padronizada de ver a vida dividida entre homens e mulheres é frágil e é apenas um dos equívocos que praticamos diariamente de forma coletiva.
Alguém que se vê preso num corpo hibrido e logo assim privado de desfrutar com liberdade o seu sexo arranca de nós espanto, medo e infelizmente quase nunca respeito. E a gente insiste em seguir as nossas vidinhas “normais” virando as páginas dos jornais e mudando de canal a cada assunto que nos incomoda.
Quando eu era proprietário de um bar, tive momentos de muita alegria e crescimento servindo cachaça no meu balcão/divã pra muito “tipo estranho” por assim dizer e ouvi confissões que deixariam qualquer padre morrendo de inveja.
- Um marido que saia a noite pra beber usando a calcinha da esposa. (por baixo das calças é claro).
- Uma “sapatão” que não entendia aquela caixa (corpo) que prendia sua alma de menino viril. Sobrava peitos, faltava algo entre as pernas... Dizia ela entre goles e lágrimas.
- Dois amigos que namoravam duas irmãs e que depois de sair da casa das namoradas o namoro continuava entre eles.
- Uma anãzinha de 50 e poucos centímetros fervendo de paixão e tesão, agarrada a uma tulipa de chope que era a metade dela inteira. Preciso transar cara, mas, ninguém me quer! E bebia um pouco mais a minha miúda amiga, flamejando como uma tocha... Tucha! Dizia seus olhos desejosos.
Pra mim a discussão não é se a atleta Semenya merece ou não a medalha que conquistou, embora isso seja legitimo. É na verdade aceitarmos o fato de que a gente não tem a menor idéia de quem somos.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Valores deteriorados!

Agradeço a sua atenção e suas constantes visitas ao meu porão. Sou um zumbi fora de moda, apegado a certos valores do passado, reclamão, rabugento e viciado em porrinha. Gasto tudo com vinho sangue de boi, discos de vinil e orgias. Mas, ainda assim, dia-a-dia você vem com seus doces, bolinhos, cigarros e manuias de boas maneiras. Sua cara embotada de uma alegria maquiada, produzida, colorida por fora, por dentro não sei a primeira vista me irrita, depois me encanta.
Você vem agarrada em meia dúzia de valores que pra você definem a fina linha que chamamos de vida. Tenta incansavel e desesperadamente me vender esse pacotinho de pálida lucidez e sua esperança me constrange ao mesmo tempo que sua infantilidade me irrita. Tudo isso acontece nas mesmas proporções, ao mesmo tempo, em mim.
Louca! Repete uma voz arrogante dentro da minha cabeça enquanto você destila seu amor e preocupação por mim, sim, porque pra você louco sou eu. E ouço pela milésima vez você dizer que fez meu doce predileto, que sente saudade do tempo em que nos conhecemos, que beija meu retrato toda noite antes de dormir.
Enquanto eu fico calado pensando: Caraca, como é horrível a gente ver um amor se acabar e por não ter mais nada pra fazer simplesmente ficar ali, sorvendo o esqueleto do que um dia chamamos de amor.
Hoje meu fígado vai ter um trabalhão pra processar todo o vinho sangue de boi que vou mandar pra dentro dele. Comigo é sempre assim, quando a alma não tem o fígado paga a conta.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Homem do jogo, bola da vez!

No final tudo parece se resumir se você quer ou não quer, se te serve ou não te serve. E isso me parece uma boa razão pra se bater a poeira, esquecer todo o investimento que foi feito naquele projeto/pessoa/emprego e seguir em frente, certo que aquilo não lhe serve mais. E provavelmente você também não serve mais praquilo.
E o bacana é que as coisas acabam se ajustando, tanto pra quem vai, quanto pra quem fica. As vezes a barriga dói, a gente tem medo, mas faz parte do enredo pobre das coisas que jazem na mesmice. É a defesa que o piloto automático aciona, tentando estancar as mudanças que estão por vir.
Lembra do time do Real Madri três temporadas atrás? pois é, o homem do jogo e a bola da vez agora é outro.
E o mundo meu amigo, pra alegria de muitos ainda gira, gira, gira, girou tu viu?!