
Você vem agarrada em meia dúzia de valores que pra você definem a fina linha que chamamos de vida. Tenta incansavel e desesperadamente me vender esse pacotinho de pálida lucidez e sua esperança me constrange ao mesmo tempo que sua infantilidade me irrita. Tudo isso acontece nas mesmas proporções, ao mesmo tempo, em mim.
Louca! Repete uma voz arrogante dentro da minha cabeça enquanto você destila seu amor e preocupação por mim, sim, porque pra você louco sou eu. E ouço pela milésima vez você dizer que fez meu doce predileto, que sente saudade do tempo em que nos conhecemos, que beija meu retrato toda noite antes de dormir.
Enquanto eu fico calado pensando: Caraca, como é horrível a gente ver um amor se acabar e por não ter mais nada pra fazer simplesmente ficar ali, sorvendo o esqueleto do que um dia chamamos de amor.
Hoje meu fígado vai ter um trabalhão pra processar todo o vinho sangue de boi que vou mandar pra dentro dele. Comigo é sempre assim, quando a alma não tem o fígado paga a conta.
Um comentário:
O fígado pobre coitado cansa de pagar a conta nessa vida.
...como é horrível a gente ver um amor se acabar e por não ter mais nada pra fazer simplesmente ficar ali, sorvendo o esqueleto do que um dia chamamos de amor... Uma verdade tremendamente bem expressada. Ê saco.
Seria excelente deixar o fígado pagando uma conta deveras custosa junto contigo um dia desses, caro Jota.
Abraços
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