domingo, 27 de junho de 2010

Um destino incerto!

É importante celebrar me disse um facefriend. E eu ainda não acho motivos pra nenhuma celebração sem você.
Passarinho me contou que você viria pras bandas de cá.
"Esses dias" ele me dizia, "esses dias"
Com seu jeito ligeiro de pássaro, me contou, depois cantou e pra longe voou.
Me confundiu, confuso fiquei e ali esperançoso, esperei, esperei!
E enquanto olho a espera da visita que não vem.
Celebro as cores, as flores e o mar além.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Não quero paz!

Definitivamente o que me interessa é o caos.
Nele me encontro, ou melhor, me desencontro melhor. Na calmaria eu ganho todo tempo do qual preciso pra me conhecer e nisso eu não sou bom. E mais, cansei de tentar melhorar nisso e naquilo. Conscientemente eu não consigo mudar nada em mim e isso me irrita e eu fico bravo e todo sujeito com raiva é burro.
Não, eu não gosto de sofrer!
A minha preferência pelo caos vem das possibilidades de superação, do uso do raciocínio, do fato de colocar em prática habilidades que nem sempre consigo usar. E nem sempre me dou bem, nem sempre ganho, nem sempre consigo. Mas, não quero paz!
Lembro de uma conversa que tive com minha irmã sobre o futuro e quando lhe confessei o meu maior medo ela desabou em gargalhada.
Eu tenho medo de passar a vida toda sendo o: Médico, professor, engenheiro, sapateiro em Florença, magnata na paulista ou funcionário público federal.
Quem me conhece sabe que isso não é balela. A estabilidade me assusta, mais que isso, mata meus sonhos e míngua o meu oceano de possibilidades. Pode ser que esse oceano sequer exista de fato, mas, eu preciso acreditar nele pra seguir em frente.
É assim no campo profissional e no sentimental, igual.
Ontem assisti o clip da Céu e do Herbie Hancock e fui atingido no peito pela seguinte estrofe:

"Ah, não existe coisa mais triste que ter paz...
E se proteger, de um amor a mais"

Paz é uma palavra bonitinha que representa um monte de coisas pra cada um que dela faz uso. As coisas que ela me lembra não me encanta tanto assim a ponto de deseja-la.
Eu não quero que hajam guerras, lutas, disputas e sangue derramado, embora isso exista a despeito de eu querer ou não.
E quando penso nessas coisas não é paz que eu peço e sim consciência. Mas, nem é sobre isso que eu quero falar, quero falar que:
Não vou me proteger de um amor a mais. Jamais!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Soledad

Tateio nesse escuro cada centímetro de parede. Aguço o meu olfato em busca de algum cheiro que me traga alento e lembranças do que é felicidade.
Minha noite não foi fácil porque você resolveu aparecer naquilo que era um sonho pra transforma-lo em pesadelo.
Deixando o imaginário de lado parto pra coisa de fato e fato é que tá tudo escuro ao meu redor. Tudo muito calmo também, ao meu redor, porque aqui dentro coração e cérebro continuam a sua interminável discussão, seu diálogo sem fim, seus conflitos que machucam e sufocam a minha pobre alma impotente.
Nem todo mundo está preparado pra viver e quase ninguém está preparado para amar.
Constato isso com uma tristeza que corrói minhas apaixonadas artérias. Porque é uma constatação que se reafirma a cada conversa de botequim, a cada nova paixão que me vem e que logo se vai.
Ser só, pra mim não é uma tarefa difícil é uma condição natural. Pelo menos é o que me parece. Mas, estou lutando pra não transformar isso aqui no muro das lamentações. É que como eu disse um dia desses, tudo vira texto.
E o vazio que hoje sinto precisa ser externado, escrito, eternizado.
Não, definitivamente nada resolve, mas, como um analgésico alivia, ajuda a passar. E assim pra sempre será, até chegar uma nova paixão.
Talvez por eu nunca ter tido uma enorme paixão, ou por todas elas serem enormes sei lá. Eu vivo me apaixonando (recomendo o filme Doce Novembro). É uma paixão por mês.
E claro muitos momentos de solidão por ano.

domingo, 20 de junho de 2010

Esperando o que não vem!

Meus olhos grudados no fim da estrada, no porto ou no aeroporto.
Ou em qualquer outro lugar de onde tu possa chegar.
São longas as horas da espera, tão longas que desespera.
E eu já falei antes aqui que esperar não é meu forte.
Sempre olho para o sul e o objeto segue pro norte.
Não que eu seja um eterno azarão, um cara sem sorte.
É a vida que escolheste, sem raízes, que só enxerga as placas de volte sempre.
Eu já fui assim um dia.
E me lembro com saudade do tempo que eu brincava de peregrino.
É sem dúvida uma bela forma de se gastar os dias aqui nesse planeta.
Pra mim foi inevitável o encontro com o sistema que resultou no que hoje sou.
E o que hoje sou?
Alguém que sempre espera o que não vem!

sábado, 19 de junho de 2010

Gota D´agua!

E eu aqui cercado por toda essa água do nosso lindo oceano atlântico e temendo essa inevitável gota que cairá sobre nós como se o russo apertasse o botão da bomba H.
Tudo irá voar pelos ares como se nunca tivesse sido.
E a pior parte dessa coisa de catástrofe anunciada é a espera e não o fato.
Pra pessoas apressadas como eu a espera é lâmina cortante, afiada, que rasga fundo e faz a alma abandonar o corpo.
Isso mesmo eu morro, um pouquinho, mas morro.
Porque a cada dia eu vejo o fogo diminuir e em minha cabeça a sentença:
A gente sempre acaba fazendo o que a gente quer.
Nesse caso o "a gente" é você e nem mesmo todo esse nosso amor/fogo/paixão vai te segurar aqui.
A vida e suas chuvas de situações que incomodam e mudam tudo, sempre. Mas, um sábio amigo me alertou dizendo:
O problema nunca é a chuva e sim Aquela gota. Assim mesmo com A maiúsculo, grandão.
A gota é a forma como a coisa foi dita e nunca a palavra em si.
A gota é o meu egoísmo quando você precisa de cuidado.
A gota É e o oceano todo a nossa volta serve somente de mero cenário.
E mais uma vez me vejo aqui sem nada poder fazer.
É a nossa Hiroshima que voará pelos ares e em seus destroços, na sua nuvem de fumaça se dissipará mais uma história de amor.
Guento mais não, tou fraco, tou velho, tou cansado... Moribundo.
Meu corpo e meu cérebro são escravos do meu aventureiro coração.
E clamo sofrido:

"Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água..."

Último gole e segue em frente...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Cházinho com torradas!

E você tem assim como eu, toda uma vida, longa ou curta, não importa. Pra se preparar e quando chegam os grandes momentos para os quais você e eu nos preparamos. A gente falha.
E a gente falha até mesmo quando acerta, isso é realmente incrível!
Ao contrário dos USA que acertam até mesmo quando erram. Não que eu goste disso, mas, fato é fato inclusive quando esse fato nos desagrada.
Eu fiz um bolo de chocolate pra comemorar uma alegria,
Fiz cálculos, pesos, misturas e toda literatura sobre isso eu lia.
Misturei os ovos com a massa e adicionei leite e manteiga,
Untei a forma devagar e no sentido horário enquanto você me sorria, meiga.
O forno eu aqueci como manda o manual,
Depois derreti em fogo alto o produto do cacau.
Chocolate me lembra Tim Maia,
Que automaticamente me remete a praia.
Senhor dos sete mares...
Ah, mas ainda me viriam muitos males.
Terminado o trabalho, meu e do forno,
Fui alegre desfrutar do meu fruto, o bolo.
Que por fora estava lindo, visivelmente belo,
Mas por dentro seco, preto e um estranho tom de amarelo.
Bolo queimou, paciência torrou!
E torrado, saquei torradas da dispensa.
Passei chá e agora por favor me dê licença.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

"E agora eu choro só. Sem ter você aqui"

A vida está por um triz.
O bem sucedido negócio está por um fio da falência.
A infância dista um fio da adolescência.
A razão por pouco vira demência.
E a ira não demora pra finalizar com a clemência.
E a noite escura densa, num instante vira dia clareando ruas e crenças.
Porque não é apenas o que é bom que por um fio está.
A roda também gira pras coisas más.
Mas fato é que um dia a gente foi e hoje a gente já não é.
O que parece que sempre vai ser é o susto que essas coisas me dão.
Bate na alma feito corrente que aprisiona o coração.
Desbota o colorido, mancha o branco, em cinza pálido se transforma.
Vira lembrança o que há pouco ganhou forma.
Ontem eu sabia tudo sobre você, hoje nem consigo te reconhecer.
Você então passa e nem me vê.
Amantes, ex amantes quase mutantes, totalmente errantes.
O fato é que o meu já acostumado peito,
Sofre com dor doída a repetição desse feito.
Explico:
Olhar do lado e ver ainda quente porém vazio o leito.
E é nessa hora que amar fere feito ponta de faca.
E uma saudade danosa sepulta o que de esperança havia ainda que sofrida, penosa.
Me pergunto se eu poderia evitar.
O que eu faria?
Me pergunta uma razão calculista e fria.
Me empresta aquele disco do rei Roberto que tá logo ali.
Aquele que diz:
"E agora eu choro só. Sem ter você aqui"

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Chocolate meio amargo!

Tudo o que pra mim é relevante,
Também tudo o que um dia relevante foi,
Risco, rabisco, escrevo, transcrevo.
Vira texto, nem sempre bom, nem sempre doce, quase sempre meio amargo.
Sempre foi assim e assim pra sempre será!
Meu coração sente, minha alma sofre, minhas mãos escrevem.
Quando meu peito de saudade não guenta, estoura, rebenta... Escrevo.
E as vezes que o tempo fecha, escurece, amedronta.
Escrevendo tento tornar tudo mais leve.
Escrevo por necessidade e vaidade.
Por alegria, desmedida e incontida, mas, também de tristeza.
Escrevo porque estou só e as vezes por achar que só sou.
Escrevo como quem bebe algo, água ou álcool.
Escrevo porque o papel é o meu melhor ouvido amigo.
Escrevo pra contar histórias e estórias.
Escrevo pra me sentir vivo!
Apesar de sempre ferido.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Album de retratos!

Pra provar que forte sou e de força cheio eu tava.
Abri a janela do passado pra espiar pra onde dava.
Deu pra rua lá do bosque onde eu e tu morava.
Os vizinhos em forma de carcaça ainda vasculhavam o nosso lixo.
A cachorra pulguenta e fedida ainda era o nosso bicho.
Eu vasculhei cada comodo com meu olhar de perito,
E em cada um deles meu riso, teu grito.
Mas tinha também felicidade, sexo quase do bom, cumplicidade.
Tudo isso em meio ao mofo e teias de aranha.
E esse pó todo em minha garganta arranha.
No começo dessa viagem eu forte me senti, pra logo depois perceber,
Que força nisso não há.
A verdade é que isso passou e o passado é seu lugar.
Força seria se hoje eu te encontrasse. E bem eu visse que tu ficasse.
Que tu sobrevivesse sem os meus conselhos, dinheiro e bebida.
Que é filiz a tua vida e não sofrida.
Que no emprego assinasse um bom contrato.
E que daquele tempo não guardas nem um Álbum de retratos.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Um Pedaço de mim!

É cobra que troca a pele, lagartixa que perde o rabo, cabelo que a gente corta e cresce e são também os amputados.
É unha que encrava dói e cai, casca de machucado, dente de leite, lágrimas doídas de uma saudade que de tão pesada esmaga o peito da gente.
O mundo tá cheio dos nossos pedacinhos e a gente tá cheio dos pedacinhos do mundo e dos outros.
Você vai embora e vai levar um pedaço meu, um pedação!
Eu vou ficar e fico fragmentado, em pedaços miudinhos, como quem foi cremado.
Besta que sou, quando amo penso que o meu amor pode tudo. Pode parar o trem, o metrô, o elevador. Pode pular das pontes, de um mundo a outro, pode estancar a dor.
E assim sigo esperando tanto dessa vida que em troca me mói feito boi ralado nos açougues fedorentos das periferias.
Sobram-me sobras, restos, rostos opacos, suor salgando a camisa, uma brasinha insistente de fim de fogueira.
Era bom que quando a gente dissesse adeus todos os sentimentos se acabassem ali naquela hora, mas, não é assim não... Demora!
E enquanto isso não passa, não se acaba, não some, passa tu, me acabo eu de saudade e de fome.