segunda-feira, 21 de junho de 2010

Soledad

Tateio nesse escuro cada centímetro de parede. Aguço o meu olfato em busca de algum cheiro que me traga alento e lembranças do que é felicidade.
Minha noite não foi fácil porque você resolveu aparecer naquilo que era um sonho pra transforma-lo em pesadelo.
Deixando o imaginário de lado parto pra coisa de fato e fato é que tá tudo escuro ao meu redor. Tudo muito calmo também, ao meu redor, porque aqui dentro coração e cérebro continuam a sua interminável discussão, seu diálogo sem fim, seus conflitos que machucam e sufocam a minha pobre alma impotente.
Nem todo mundo está preparado pra viver e quase ninguém está preparado para amar.
Constato isso com uma tristeza que corrói minhas apaixonadas artérias. Porque é uma constatação que se reafirma a cada conversa de botequim, a cada nova paixão que me vem e que logo se vai.
Ser só, pra mim não é uma tarefa difícil é uma condição natural. Pelo menos é o que me parece. Mas, estou lutando pra não transformar isso aqui no muro das lamentações. É que como eu disse um dia desses, tudo vira texto.
E o vazio que hoje sinto precisa ser externado, escrito, eternizado.
Não, definitivamente nada resolve, mas, como um analgésico alivia, ajuda a passar. E assim pra sempre será, até chegar uma nova paixão.
Talvez por eu nunca ter tido uma enorme paixão, ou por todas elas serem enormes sei lá. Eu vivo me apaixonando (recomendo o filme Doce Novembro). É uma paixão por mês.
E claro muitos momentos de solidão por ano.

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