Pra provar que forte sou e de força cheio eu tava.
Abri a janela do passado pra espiar pra onde dava.
Deu pra rua lá do bosque onde eu e tu morava.
Os vizinhos em forma de carcaça ainda vasculhavam o nosso lixo.
A cachorra pulguenta e fedida ainda era o nosso bicho.
Eu vasculhei cada comodo com meu olhar de perito,
E em cada um deles meu riso, teu grito.
Mas tinha também felicidade, sexo quase do bom, cumplicidade.
Tudo isso em meio ao mofo e teias de aranha.
E esse pó todo em minha garganta arranha.
No começo dessa viagem eu forte me senti, pra logo depois perceber,
Que força nisso não há.
A verdade é que isso passou e o passado é seu lugar.
Força seria se hoje eu te encontrasse. E bem eu visse que tu ficasse.
Que tu sobrevivesse sem os meus conselhos, dinheiro e bebida.
Que é filiz a tua vida e não sofrida.
Que no emprego assinasse um bom contrato.
E que daquele tempo não guardas nem um Álbum de retratos.
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