quarta-feira, 16 de junho de 2010

"E agora eu choro só. Sem ter você aqui"

A vida está por um triz.
O bem sucedido negócio está por um fio da falência.
A infância dista um fio da adolescência.
A razão por pouco vira demência.
E a ira não demora pra finalizar com a clemência.
E a noite escura densa, num instante vira dia clareando ruas e crenças.
Porque não é apenas o que é bom que por um fio está.
A roda também gira pras coisas más.
Mas fato é que um dia a gente foi e hoje a gente já não é.
O que parece que sempre vai ser é o susto que essas coisas me dão.
Bate na alma feito corrente que aprisiona o coração.
Desbota o colorido, mancha o branco, em cinza pálido se transforma.
Vira lembrança o que há pouco ganhou forma.
Ontem eu sabia tudo sobre você, hoje nem consigo te reconhecer.
Você então passa e nem me vê.
Amantes, ex amantes quase mutantes, totalmente errantes.
O fato é que o meu já acostumado peito,
Sofre com dor doída a repetição desse feito.
Explico:
Olhar do lado e ver ainda quente porém vazio o leito.
E é nessa hora que amar fere feito ponta de faca.
E uma saudade danosa sepulta o que de esperança havia ainda que sofrida, penosa.
Me pergunto se eu poderia evitar.
O que eu faria?
Me pergunta uma razão calculista e fria.
Me empresta aquele disco do rei Roberto que tá logo ali.
Aquele que diz:
"E agora eu choro só. Sem ter você aqui"

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