Sentado ali no centro daquele auditório estava eu, sendo sabatinado por alguns jornalistas que sempre tem opinião já formada a seu respeito e fazem aquela cara de que a pergunta é no profissional, nunca no pessoal. Apesar do ton acusatório.
O tempo tinha passado e eu já não era mais um duro, havia ganhado bastante dinheiro com as minhas composições pra lá de insinuosas para o funk dos morros desse meu país.
P) O Sr. gosta de funk? porque fonte segura me afirma que na sua casa o Sr. só escuta MPB e JAZZ?
R) Como posso não gostar de algo que me deixou rico?!
P) Mas, é verdade que o Sr. não escuta funk em casa?
R) Sim. Na minha casa eu me divirto
P) Então o funk não lhe diverte?
R) Com o funk eu trabalho. Por exemplo quando eu era financeiro de uma empresa eu não me divertia fazendo contas na minha casa, entende?!
P) Então o Sr. usa o funk para ganhar dinheiro?
R) Sim. E considero isso uma coisa bastante digna. Acho melhor que fazer política por exemplo.
P) O Sr. não se considera uma fraude?
R) Eu sou uma fraude. Mas, não nesse caso. Aqui eu faço um produto e eles gostam, compram e executam o que há de errado nisso?!
P) O Sr. não é exatamente um representante do gueto. O que nos diz sobre isso?
R) Cara você está perdendo o seu tempo. Eu não tenho personalidade e daí? convivo muito bem com isso, obrigado! Você sabe que qualquer um aqui tem condição de fazer um funk a diferença entre eu e você é que você está preso a uma série de posturas, conceitos, ideais e sei lá mais o quê. Enquanto eu não me sinto envergonhado por trabalhar com o que quer que seja, desde que eu esteja trabalhando.
P) O Sr. já tem em mente qual será o tema do seu próximo funk?
R) Você acaba de me dar...
Um comentário:
Eithaa..
amigo
saudades suas viu?
volte logo.
Postar um comentário