terça-feira, 4 de agosto de 2009

Periódicos que acalmam!

Impaciente e quase descontrolado eu era um paciente sem controle algum.
Minha garganta arranhava, meu corpo doía. E em pequenos gemidos eu reclamava... Não suporto ambulatórios ou coisas do tipo! Quem gosta né?
A essa altura eu já havia doado uma generosa porção do meu sangue pra análise, tomado umas outras tantas picadas e escutado um monte de histórias tristes.
Um turbilhão de pensamentos malucos desaguaram na minha cabeça me levando a um monte de perguntas cujas respostas nada resolvem.
Como é que alguém pode querer ser médico? cara, isso aqui é o trabalho do cara, todo dia... Doenças, debilidades, fragilidades e pessoas como eu, cheias de auto comiseração.
Foi quando uma garotinha que parecia perceber meu desespero me deu uma revista e um sorriso. Agradeci desconfiado e me perguntei: Será que é assim que a morte faz? vem toda bonitinha, trata a gente bem e quando a gente relaxa ela nos degola?
Fiz cara de quem não estava relaxado coisa alguma e com os olhos deixei claro que não me descuidaria.
Porém, quatro folhas depois eu estava com a cabeça leve, livre e disponivel pra foiçada da inclemente... Era uma revista de fofocas banais e de gente forçadamente filiz. Era um mundo de faz-de-conta, onde tudo é pra cima, onde tudo dá certo.
E por razões que não saberia explicar essa overdose de futilidades me fez reavaliar o quadro, a menina e a foice.
- Diga 33
- Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinnnnnnnnnnnnnnnnnnnnta e trêssssssssssssssssssssssssss
- Ok, o Sr. está curado!

Um comentário:

wivi disse...

aha, q ótimo.
comentário com piadinha - qual é o único número q o médico conhece?
trintaetrês.

=)