Tinha tudo pra ser um sabado qualquer... Acordei 10:30, café com tudo que tenho direito, preguiça... Roupa na máquina, na vitrola Karina Buhr, na mão uma lista de supermercados. O sol brilhava lá fora me convidando pra ir a praia e foi ai que toda saudade que um ser humano possa sentir invadiu cada póro do meu corpo, doía, doía tanto que quase me esmaga contra o chão.
É uma casa muito grande e vazia, muito branca, tão branca que lembra um hospital. É fria, é silenciosa, é intimidadora. É um bairro que não consigo chamar de meu, numa cidade que não é de ninguém. É numa esquina, duma feia praça onde se deitam macumbas que apodrecem, onde jovens se picam. É suja, barulhenta, violenta e eu não gosto nada dali.
Aqui eu prefiro o frio, o céu cizento e seus rostos sisudos, nada amigáveis. Prefiro não pra ter motivo de reclamação, mas, porque me parece mais verdadeiro, autêntico.
Ninguém é culpado pela leitura que tenho desse lugar. Talvez esse nem seja o ponto, certamente o parametro que tenho é que me torna tão exigente e intransigente.
As coisas são assim e pouco posso fazer pra muda-las, mas, o pouco que posso faço. Desci, limpei o quintal, brinquei com os cachorros, li um pouco... E você não veio.
Tomei nosso resto de sorvete, daquele jeito com leite ninho. E o telefone finalmente tocou, era uma moça de um instituto de pesquisa e foi assim que lá pelas 16:35 eu falei com alguém pela 1a vez naquele sabado de sol e saudades.
Um comentário:
sp as vezes tbm me parece não ter dono.
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