quinta-feira, 12 de março de 2009

Infértil!

Nessas horas em que a preguiça domina, toma conta e nos rouba o animo, sempre lembro da corrida maluca travada pelos espermas em busca do aconchego do útero.

Penso que já fui um deles, fico filiz por ter ganho a corrida e claro que tudo isso é uma bobagem.

Por que do que me adianta ter ganho essa corrida e perder o aconchego do teu colo?

Ter deixado escapar assim, como se perde o trem do destino, do que me adianta isso agora?

Agora que você dorme bem longe de mim.

E esse gole de rum que rasga a minha garganta e alma me lembrando do meu fracasso. Que sou fracasso e fraco, não aguento tamanho vazio.

Eu podia ser girino, caçote e depois sapo.
Fui esperma, fracote e hoje fraco.

2 comentários:

Unknown disse...

eu discordo do desfecho desse texto, tendo em vista a realidade. mas a caráter literal, concordo que ficou muito bom!

Desde que eu fui expulso da minha bolsa genitora, não me sinto em casa em lugar algum... Sempre falta algo, o quê eu não sei! Quem sabe um cordão umbilical... Quem sabe apenas 'anybody out there' que entenda o que se passa comigo apenas pelos meus chutes e míseros movimentos...

Jean disse...

Eu discordo do desfecho desse texto, tendo em vista a realidade. mas a caráter literal, concordo que ficou muito bom mesmo!
Um cara do teu tipo eu não é classificável como fracasso meu caro Jota. Talvez você seja um fracasso como um amante homossexual, ou como um trapezista de algum circo tchecoslovaco, mas são outros parâmetros.
Espero que este vazio não passe de vazio estomacal. Ou talvez você não esteja aguentando o vazio daquela tigela de sucrilhos no armário que seria o café mais nutritivo para aquela manhã de quarta-feira.
Mas caso tudo ande para o lado existencial ou qualquer coisa nesse sentido, vou te dizer que amigos servem pra existir junto com a gente, deixando aquele vazio pelo menos um pouco mais forrado.
May the force be with you, luke.