terça-feira, 14 de julho de 2009

Um adeus a Sorekine!

Nunca esqueço o dia em que te vi pela primeira vez.
Seu cabelo laranja, desgrenhado e sujo, sua dança estranha, suas citações que iam da revista Bravo ao Codex Calixtinus. Você muito doida de vinho e maconha. Convenhamos, nem a memória mais fraca do universo esqueceria tanta excentricidade num único ser.
Aquele era um tempo de liberdades exageradas que resultariam numa geração estéril, débil e financeiramente dependente. E você era a nossa Sharon Stone Joplin da Silva. Zero de convenções, nada de pudores. Você era excessos e horrores.
Se os seus planos artísticos tivessem dado certo sua carreira teria sido meteórica. Não deram, mas, meteórica foi a sua passagem por aqui.
Hoje eu não trouxe flores, pois tive o cuidado de entregá-las enquanto você podia vê-las e sentir o seu cheiro. Nem apareci no dia em que te fecharam nessa casinha pequena, com arquitetura indescritível. Porque eu queria você e seus excessos, seus horrores e erros de postura e de português.
Mas, hoje eu estava aqui perto e resolvi aparecer. E é estranho saber que você está aqui e que aqui impera um silencio amedrontador.
Ah, eu trouxe a minha gaita. Vou soprar algumas notas de blues. Vamos subverter esse silencioso sistema, afinal subverter sistemas era a sua especialidade, né merrrrrrmo?!

Um comentário:

tiu disse...

-

amigo.
o tempo não para. como ja dizia cazuza