quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ida e ou volta!

Navegantes vão e vem o tempo todo, essa vida como um porto nada seguro é cenário de embarques e desembarques constantes. Às vezes sou mero expectador, outras sou aquele que vou, noutras o que fico, em todas, porém sou partido.
Bem vindo aos que chegam, diz o meu sorriso cheio de ternura. Adeus aos que partem, berram meus olhos flamejantes, vermelhos, ardidos.
A saudade é grande, de lugares onde vivi e de pessoas que me fazem considerar aqueles tempos VIDA. Me espalho como grãos de areia no solo desse país e trago gravado no meu coração o nome daqueles que me tocaram por onde andei. Eu podia dizer que a lista é pequena, restrita, seleta, mas isso diminuiria não apenas a lista e sim a minha própria história. Portanto, ela é vasta, longa, enorme e imperfeita. De outra forma não poderia chamá-la de lista/vida.
Cada conversa de botequim, partida de futebol, discos, filmes e livros compartilhados contribuíram pra mistura do que hoje sou. Estendo o meu perdão aos que me magoaram e suplico o daqueles a quem magoei. Equívocos acontecem, iras incontidas também, mas o tempo se encarrega de dar verdadeiro valor a essas coisas, basta que a gente aceite a sua ação.
Eu tenho muita sede de conhecimento, sou inquieto, impaciente, desprendido. São meus defeitos que trato como as mais excelentes qualidades. E faço desses atributos a base pra minha estadia aqui no planeta; “Keep walking” pra mim é mais que slogan de uísque.
E é claro que depois de tantas idas, vindas e idas de novo o tamanho da mala vai diminuindo, aumentando proporcionalmente o tamanho da saudade e do coração.

Arrivederci,
Saludos,
See you latter,
Sayonara,
E o velho e bom: a gente se vê por ai!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Passagem para...

Recolhemos a ancora e seguimos em frente. Arrisquei uma olhada pra trás e lá estavam as luzes da cidade, a torre da igreja central, os casarões do centro e um monte de lembranças espalhadas por suas ruas e avenidas.
Essa é uma cena bem comum na minha história. Sempre indo, sempre partindo, avante, pra frente é que se anda. E atrás? atrás fica um pedação assim da gente. Dias corridos, festas animadas, ex namoradas, sorrisos e algumas lágrimas.
Todo ser humano é um viajante dizem os nomades da Mongólia e devo lhes dizer que levo esse dito ao pé da letra, não sei se consciente ou não, mas o pratico há muito tempo em minha vida.
Um passo e você já não está no mesmo lugar dizia Chico Science e isso me pegou como deve pegar um mangue boy.
E as estrelas nessa noite quente vão me mostrando uma nova rota. Um novo caminho pra trilhar, esperança invade meu peito. É tudo novo, de novo!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Fim

Inspirado no texto do meu amigo Jean (nenhuma terra) link do blog está aqui ao lado. Super recomendo. Não deixe de ler: ohmmm. Bom, inspirado nele e apenas inspirado porque não tenho a menor condição de acrescentar nada aquele texto, resolvi escrever sobre o fim.
Eu sei que pontos finais são inevitáves e muitas vezes paradoxalmente vitais. Sei que cada fim representa um recomeço, que o passado representa exatamente um tempo que se foi, mas, romantico como eu só me derreto em perguntas e lamentos: Finais felizes estão reservados somente para as telenovelas?
A dramaticidade e a nossa falta de caráter é que determinam o fim. Se a gente sai numa boa a coisa continua, vai indo, se arrasta sem nenhuma qualidade e também sem nenhuma sequela.
Mas, é chegada a hora do ponto final e geralmente também do fim dos pudores, animosidades e educação. Somem os valores mais básicos daquilo que entendemos ser humano e surgem as iras mais intensas que é o que de fato nos torna humanos.
Até ai, normal, aceitável. E a gente pensa: Essa experiencia me fortaleceu e serei outra pessoa e blá, blá, blá.
Até chegar o próximo ponto final e a gente perceber que nada daquilo mudou, na verdade se intensificou, virou plus. E de ponto em ponto, necessáios e paradoxalmente vitais eu repito, a gente vai se tornando abutres de nós mesmos. E ponto!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O poder em suas mãos!

Timida e preocupada você vistoria suas vestes em frente ao espelho. Checa cada item, depois checa outra vez. Tá curto, tá apertado, tá marcando, tá mostrando a calcinha...
Mal percebe que quando você vacila a cidade inteira fica mais linda. Ganha em cor, fragrancias e formas. Tu, patrulha de ti mesmo relaxa em nome da beleza da vida e do tesão diário.
Porque não lhe ocorre que você não tem controle sobre quem te deseja, mas, o tem sobre com quem contigo se deita?
E como você chama essa tortura/patrulha a que você submete os meros transeuntes a quem pune com excessos de cheiros e nenhuma visão periférica?
Lembre-se dos pobres mortais a quem você ajuda dando um dia melhor quando lhes proporciona uma visão do algo mais.
E por fim, por favor, pare de tratar a sua sensualidade como se ela fosse um pecado capital/mortal/mal porque ela é na verdade uma janela para a imaginação de quem a vê. E mostra exatamente aquilo que imaginação de cada um permite.
Em suas mãos está o poder de deitar-se com quem você quiser e de querer ou não deixar as mãos dos pedreiros da construção ao lado com calos, calos de desejo e ardor.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Te amo!


Outro dia ouvi uma ótima:
- O que você acha de namoro à distância?
- Acho que é bom pros quatro. Respondeu o entrevistado.
Mas, a verdade é que amor é mesmo um troço muito improvável. Brota nos terrenos mais áridos. Clandestino como ele só, une judeus e palestinos, sérvios e croatas, freiras e sapatas, sai unindo sem pudores ou limites como uma enorme super bonder sentimental.
Ele não aceita as nossas regras, estica a nossa pele feito um Pitanguy com seu bisturi. O amor é fogo que nos devora em paixões e consome as nossas medíocres convenções.
Mas, por que estou falando tudo isso sem chegar a lugar algum?
É que eu tenho assistido nos últimos dias a um namoro à distancia e claro, no começo eu gargalhei feito uma hiena malhada malvada. Mas depois, observando os olhos apaixonados do meu amiguinho, ouvindo a suavidade da sua voz e a seriedade como ele encara os kilometros que os dista. Me rendi, ao amor, ao sorrisso e a flor... Aos encantos da modernidade que sustenta o mais puro dos sentimentos por ondas de internet.
Ah esse amor, não se cansa de me surpreender!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

"Maravilhoso" Mundo Novo!


O fogo crepitava a nossa frente. O Paulo se contorcia arrancando de seu violão tudo o que o instrumento podia dar. Ele é bom músico, mas, também gosta de impressionar. Há quem diga que se não fosse assim, de músico ninguém poderia o chamar.
Sim, claro tinham as estrelas e tudo o mais que um ambiente bucólico tem pra oferecer. Entramos com as bebidas quentes, o furor da nossa juventude e altas taxas de libido, se é que a libido se mede em taxas.
As canções iam do rock ao mela cueca e cuecas meladas sobravam naquela praia, naquele verão intitulado o verão do tesão. Mas, qual verão não é do tesão, não é mesmo?
Garotas classe média alta, douradas, esculpidas, sedentas. Voluptuosas, charmosas, deliciosas completavam a cadeia alimentar do lugar. Naquela época ainda acreditávamos ser o topo dessa cadeia. É a juventude tem enganos que vistos hoje parecem bizarros.
Celulares não existiam (xiiii me entreguei). Logo, a patrulha dos pais era menor.
Faz tempo, muito tempo e aquilo pra gente era viver. Quem era o presidente? Senador do nosso estado? O prefeito daquele lugar? Muitos de nós não sabia nem mesmo onde estava e essas perguntas não faziam parte do nosso restrito ciclo de interesses.
Éramos do tipo que lutávamos contra o sistema mesmo sem saber defini-lo. Se hay governo, soy contra! Esse era o nosso lema. Pelo menos tínhamos um. E isso naquela época era fundamental, arranje uma turma, um lema e seja feliz.
Gastávamos os nossos dias de casa em casa, algumas mães eram maneiríssimas e nos acolhiam com seus sanduíches e refrigerantes, conselhos, sorrisos e até cigarros. Outras eram puro radicalismo educacional. Corrigiam o nosso trôpego português, queriam saber o que significam as nossas gírias pra logo em seguida recriminá-las sem dó. Nos olhavam com desconfiança e definitivamente não éramos boas companhias para os anjinhos de seus filhos.
Éramos folgados, descarados e glutões. Flatulentos, um pouco sujos e absolutamente certos de que transformaríamos aquela merda de mundo em que vivíamos num lugar mega bacana. Se existia algo do que aquele mundo precisava era certamente da nossa galera.
CORTA PRO PRESENTE.
Eu era uma piada, não é mesmo?!
Mas, pelo menos naquela época eu tinha uma galera e umas idéias que me faziam seguir em frente.
Quando tudo isso se perdeu?
No dia em que acreditei que ser adulto era ser igual aquelas mães que nos reprimiam. No dia que passei a ver aquele outro grupo de mães como pessoas frágeis, sem pulso, crianças presas em corpo de adultos.
Faz pouco tempo que descobri que daquela minha primeira galera só estou vivo eu e o Alex que continua no Rio. O resto e não eram poucos, tombaram ao longo do caminho. Um a um como é o final de todos, inclusive o Paulo e seu violão. Mas, alguns foram cedo demais sem ao menos ver no que se transformou o nosso novo “maravilhoso” mundo. Sorte ou azar o deles? Pergunta difícil essa.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Aprendendo a levantar!

Um insistente filme roda em minha cabeça mostrando os nossos momentos preciosos. Me lembrando que você foi um analgésico em tempo de dor, um riso que me guiava no escuro, um pulo pra eu fugir do que era preciso. Os frames dessa película correm lentos pra que eu tenha tempo de registrar na minha fraca memória tudo o que você significa.
Olho em volta e não tenho pra quem contar a sinopse do nosso curta. Cantarolo as canções que fizeram a nossa trilha sonora, percorro solitário e cheio de saudade as locações, os lugares preferidos dessa filmagem.
Te amar dói te odiar corrói.
E mais uma vez sou uma nau prestes a zarpar. Desatando as amarras, verificando as defensas e deixando um rastro de explosões temperamentais, gritos, vexames.
Corto o mar que nos dista, vertendo dos meus olhos muito amor, muita saudade, lágrimas mesmo. E no final desse filme sobem os descréditos. E são todos meus. Todos meus! É assim que celebro a minha própria maneira de ser.
E agora recluso, longe da costa, sou só eu lutando pra levantar o meu mundo. Contudo:

“Não me culpes se eu ficar meio sem graça
Toda vez que você passar por mim.
Não me culpes se os meus olhos te seguirem,
Mesmo quando você nem olhar pra mim.
É que eu tenho muito amor, muita saudade
E essas coisas custam muito pra passar.
Não me culpe não, pois vai ser assim
Toda vez que você passar por mim”
“Se o meu mundo caiu, eu que aprenda a levantar”

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Acorda pra cuspir!

As vezes me pego imaginando como os meus amigos me veem. Aquele por quem passo e asceno com a mão e digo oi, claro que me vê de um jeito bem diferente daquele pobre coitado que tem que me aturar por horas.
Amizade pra mim sempre foi uma coisa muito cara. Sou do tipo que logo cedo na vida decidiu deliberadamente ser amigo. E quanta implicação, negação e confusão há nisso!
Dizer adeus é uma tarefa dura, dizer adeus antes da hora é muito mais. Mas, antes cedo o nunca!
Sei que sou uma pessoa dificil, tenho minhas bases centradas em valores que eu julgava eternos e que hoje percebo cairam em desuso. Mas, faço uso exagerado dos meus defeitos numa tentativa de mostrar algo mais em tudo que toco e vejo.
E essa é a minha viagem, minha visão. E sempre que tento estende-la para além da minha tenda invado, agrido, aborreço. É isso mesmo, sou mestre em afastar as pessoas, especialista em distruir com relacionamentos mais básicos.
Mas, não consigo trair os meus valores nem abdicar das minhas responsabilidades. O que tem de ser consertado por mim será, nem que custe um amigo a menos.
Acorda pra cuspir!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Um ermitão em Time Square!


Longe de toda aquela gente, perto o suficiente do sentimento que trago em mim. E a velha pergunta no ar: O que eu faço com esse gêmeo siamês que arrasto por essas ruas e avenidas e que chamamos de paixão?

As vezes eu queria separa-lo de mim como faço com um pedaço de pão. Passo a faca e logo resolvo. Mas, a coisa não é tão simples assim!

Sinto que todos me olham feito uma aberração, num primeiro momento isso me incomoda pra logo depois me encantar. É um sentimento visivel, sólido, palpável. É meu amigo oculto que se faz ver e é também o meu estorvo diário.

Eu não tenho a opinião formada sobre um monte de coisas que rolam sobre a terra, nem tão pouco o conhecimento suficiente para lidar com as ambiguidades de uma paixão regada de delírios e baseada na ilusão.

E assim sendo reajo como um ermitão reagiria em plena Time Square. Com medo, pavor, ansia, impotencia, raiva, chutes e pontapés. E isso não é um pedido de desculpas e sim uma constatação!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Pele de pessego, luva de pelica!

Demorou um tempão pra que os meus dedos tocassem aquela pele, daquela forma, ai que fôrma!
Nunca o sentido do tato foi pra mim tão valorizado, tão útil, tão eficiente. Mais que a visão ou o paladar, o tato naquele instante me dizia em braille que você é perfeita, tem consistência e abundancia, tudo isso numa embalagem economica.
E houve uma explosão dentro de mim. Sentidos e desejos entraram em erupção feito um vesúvio enlouquecido e todo aquele magma em forma de larva de vulcão aumentou o fogo em mim, devorou minha sensatez, marcou a minha alma e pele pra sempre. Inundou meu coração.
E ali, rendido e vencido, impotente e desejoso te entreguei meu coração pela milésima vez. E eu não gostaria que fosse diferente. Amo esse amor torto e tenso que há entre nós. Essa forma pouco ortodoxa de amar nos confere um ar de excelencia. Sei, que de um jeito ou de outro sempre vou ter você dentro de mim e que estarei sempre por ai pertinho de você. Sussurrando intimidades em seu ouvido, elogiando seu olhar de flecha, ou tateando seu glúteo deliciosamente esculpido em pele, carne e osso que juntos resultam em nitroglicerina pura!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Encontro marcado!

Tava meio de bobeira zapiando canais na tv e eu sei que você logo imaginou que eu parei no super pop porque algo me chamou a atenção e por falta de coragem pra assumir que estava assistindo isso dei toda essa volta, né? mas, eu não parei em lugar nenhum, desliguei mesmo!
Abri um livro e não consegui ler nada, fui pro computador e como já tinha passado o dia inteiro na frente dele abortei.
Peguei o celular e comecei a ver quem tava na minha agenda. E esse é um exércicio interessante. Cada nome uma história, as vezes duas ou mais... E lá pelas tantas achei o nome e o numero de uma garota que eu não falava fazia um tempão.
Meia hora depois eu tava no chuveiro, 45 minutos depois passando uma fragrancia uma hora e meia depois numa fila de cinema, três horas depois num balcão de lanchonete e três horas e quarenta e cinco minutos depois passando na porta de um motel.
Sozinho, chateado e com tesão. Ela não apareceu... Mas, eu fiz quase tudo que fui fazer!!!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Uma vida na merda!


Eu tava tirando onda num shopping da cidade quando encontrei um antigo amigo. E essa cena está virando corriqueira na minha vida. Apertos de mãos, abraços calorosos e logo depois começa a reclamação... Tempos bons eram aqueles e blá, blá, blá!!!
Daí fiquei lembrando de quando eu era criança e no nosso jardim surgiam aqueles besouros rolando suas bolas de bosta terreno a fora. Eu, curioso perguntava a minha mãe o que era aquilo e ela me dizia que era a casa dele. E é mesmo!
Ele nasce, cresce, trepa, mora, come... Na bosta!
E é um bichinho trabalhador, cheio de atitude, arrisco dizer que é filiz até. Tem uma casa de merda, uma familia de merda, uns vizinhos de merda e nem por isso é um bosta.
Enquanto meu amigo se lamentava eu lembrava da vida do bichinho e sorria. Até que ele não entendeu nada e me perguntou: Você tá entendo o que estou lhe dizendo?
Me desculpei com ele e disse que algo havia roubado a minha atenção. Mas que nenhuma luta foi capaz de calar ou parar um grande homem na história do universo, antes, o fortaleceram. Que creio que a gente é derrotado quando para de sorrir. Sei lá quanta bosta ainda vai rolar, isso não posso evitar, mas tem algo que posso fazer. Escolher a trilha sonora que vai embalar essa história.